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30/Ago/2022

Dólar sofre recuo descolado do movimento externo

O dólar terminou esta segunda-feira (29/08) em queda ante o Real, atingindo mínimas no patamar dos R$ 5,01. A moeda chegou a operar em alta, mas inverteu o sinal com influência externa e passou a perder fôlego gradativamente, até colocar o Real como a divisa de melhor desempenho entre as de países emergentes e exportadores de commodities. Ao final das negociações, o dólar fechou a R$ 5,03, em queda de 0,88%. Na mínima do dia, a cotação chegou aos R$ 5,01 (-1,32%). No mercado futuro, a divisa para liquidação em 1º de setembro recuava 0,70%, a R$ 5,03. O Dollar Index (DXY), que mede a variação do dólar ante uma cesta de seis moedas fortes, operava estável, aos 108,806 pontos.

Entre os argumentos no mercado para justificar a queda expressiva estiveram a continuidade do ingresso de recursos externos para renda fixa e variável e a especulação típica de final de mês, com investidores buscando influenciar na formação da última taxa Ptax do mês (medida de referência para liquidação de contratos). O dólar já vinha descolado do mercado global de moedas nos últimos dias, principalmente na sexta-feira (26/08), quando a moeda teve queda moderada, em dia de estresse dos mercados internacionais com o discurso duro do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell.

Segundo a Frente Corretora, depois do impacto da sexta-feira (26/08), já há uma percepção de que o Fed não vai fazer o que está falando, uma vez que os indicadores estão mostrando fragilidade da economia norte-americana. Aumentos mais fortes terão impacto ainda maior sobre atividades como a construção de casas, por exemplo. Assim, há continuidade da atratividade do mercado brasileiro aos olhos do investidor estrangeiro. Há ingresso de recursos para ações na Bolsa, especialmente em ações de commodities, mas é necessário ver esse movimento com cautela. Há uma eleição presidencial à frente e nenhum dos candidatos na polarização explicou como vai tratar questões como a rolagem da dívida pública com juros a 13,75%.

Um eventual movimento mais forte de realização de lucros na Bolsa pode ter reflexos diretos no câmbio, que se aproxima de um suporte psicológico importante e pode voltar a subir. No decorrer desta semana, alguns indicadores econômicos relevantes serão divulgados nos Estados Unidos e na Europa, que poderão trazer mais elementos para o cenário de estagflação que se desenha nessas economias. Os investidores operam sob expectativas pela inflação ao consumidor na zona do euro, na quarta-feira (31/08), que tende a se manter elevada, e pelo relatório de empregos nos Estados Unidos, o payroll, de agosto, que será conhecido na sexta-feira (02/09). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.