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29/Ago/2022

Grãos: seca nos EUA está elevando custos da safra

A pior seca nos Estados Unidos em uma década está colocando novos desafios aos agricultores do Corn Belt (Cinturão de Grãos nos Estados Unidos), que já estão lutando com os custos crescentes, o lado sombrio de um boom de commodities pós-Covid. Os danos nas plantações dos estados de Dakota do Sul, Nebraska, Iowa e Illinois ficaram evidentes na semana passada, segundo os levantamentos feitos pela expedição anual Pro Farmer Crop Tour, que percorreu lavouras em estados do Meio Oeste do país. Os consultores da expedição cortaram neste mês suas perspectivas de produtividade de milho em 13% em Nebraska e 22% em Dakota do Sul, em relação aos níveis do ano passado. As reduções ajudaram a alimentar uma recuperação nos preços de muitos grãos, aumentando a volatilidade nas negociações de futuros na Bolsa de Chicago. A seca das planícies é apenas o mais recente dos efeitos climáticos com os quais os agricultores lidaram este ano.

Uma série de tempestades de granizo atingiu as plantações de Nebraska em junho, com coberturas classificadas entre as maiores já vistas pela Rural Community Insurance Services. No estado, os rendimentos das colheitas projetados caíram mesmo em campos com sistemas de irrigação, uma reviravolta incomum que reflete o quão quente e seco o clima esteve neste verão no Meio Oeste norte-americano. As implicações da seca e das mudanças climáticas ocorrem em nível global. A trading de commodities agrícolas Archer Daniels Midland (ADM) previu no mês passado que a guerra em curso entre Rússia e Ucrânia e o mau tempo na América do Sul, Europa e China manteriam os suprimentos mundiais de grãos apertados. A fornecedora de equipamentos agrícolas Deere reduziu este mês sua previsão de lucro para 2022, uma vez que a inflação e os atrasos na cadeia de suprimentos elevaram os custos de produção em 23% em relação ao ano anterior.

No entanto, as notícias da Crop Tour não são apenas ruins. O estresse das colheitas no Cinturão de Milho ocidental está sendo equilibrado em parte por colheitas mais úmidas no leste. Em seu mais recente relatório de oferta e demanda deste mês, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) afirmou esperar que a produção doméstica do cereal totalize 364,72 milhões de toneladas, apenas um pouco abaixo de sua projeção em julho. Somado a isso, a agência revisou suas projeções de produção de soja para cima em seu relatório de agosto, para 123,33 milhões de toneladas. Ainda assim, o Centro de Previsão Climática da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica previu um risco de 60% de continuidade do efeito climático La Niña no próximo ano. Ele é considerado um fator importante no clima adverso visto em todo o mundo. As questões climáticas somadas aos fatores macroeconômicos pouco favoráveis podem tornar 2023 um ano difícil para os agricultores de grãos, caso continuem. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.