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25/Ago/2022

Brasil superando os EUA em práticas sustentáveis

Sob constante pressão de importadores e investidores internacionais em razão de impactos negativos de algumas cadeias produtivas sobre o meio ambiente, o agronegócio brasileiro também pode ser considerado um exemplo quando se trata de práticas agrícolas regenerativas e do uso de insumos biológicos nas lavouras. Pesquisa recém-concluída pela L.E.K. Consulting aponta que, nessas e em outras iniciativas sustentáveis, o Brasil está bem à frente dos Estados Unidos, concorrente de peso nas exportações de grãos e carnes, por exemplo. Após ouvir 450 produtores rurais nos dois países em maio e junho, a consultoria apontou que, impulsionado por rotação de culturas e plantio direto, o nível de utilização de práticas regenerativas dos brasileiros é 17% superior ao dos norte-americanos. No Brasil, 237 produtores participaram do estudo, a maior parte da Região Sul (39%).

No universo pesquisado, mais de 50% têm propriedades com áreas de cultivo de mais de 500 hectares, e 72% se dedicam à produção de grãos como soja e milho. A agricultura de precisão e o uso de insumos biológicos são cada vez mais uma realidade entre os brasileiros, mudando completamente as práticas de gestão, o uso de insumos e os ganhos de produtividade nas diferentes lavouras. O impacto desse avanço será transformador. A L.E.K. constatou que a agricultura de precisão já é uma realidade no Brasil, com difusão impulsionada por boa parte das mais de 350 agtechs em atividade no País, 35% com foco em soluções de análise de dados e de precisão voltada para o setor. Segundo a consultoria, o nível de adoção de produtos biológicos para nutrição e proteção de cultivos no Brasil é 12% maior do que nos Estados Unidos (vale destacar, no entanto, que os biopesticidas em geral representam apenas de 2% a 3% do total, amplamente dominado por químicos).

A pesquisa também confirmou o que outras fontes têm apontado: embora as práticas sustentáveis venham se consolidando no campo, apenas 5% dos brasileiros entrevistados aproveitam os créditos de carbono que poderiam ser gerados, índice bem inferior ao dos Estados Unidos, de 26%. A L.E.K. projeta, contudo, que, até 2024, o percentual no Brasil poderá chegar a 40%. Com vantagens competitivas representadas pelas atuais práticas agrícolas, o País tem potencial para ser carbono negativo. O mercado de crédito de carbono também será transformacional. Mais de 50% dos agricultores acreditam que esse mercado irá ditar a agricultura já nos próximos dois anos. O trabalho realça ainda, por fim, que o uso de energia gerada dentro de fazendas ainda é maior nos Estados Unidos, mas que a energia solar vem ganhando espaço nas propriedades rurais brasileiras. Fonte: Valor Online. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.