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25/Ago/2022

Inflação e juros inibem as vendas de bens duráveis

Segundo os dados desagregados do Monitor do PIB da Fundação Getúlio Vargas (FGV), as vendas de bens duráveis encerraram o segundo trimestre 9,13% abaixo do nível registrado em fevereiro de 2020, antes da pandemia. A elevação dos juros, a pressão inflacionária e os altos patamares de endividamento e inadimplência das famílias estão entre os fatores que explicam a queda no setor. Há uma influência muito forte da inflação, e outra muito forte que é a taxa de juros. A taxa de juros está muito alta, e bem durável é comprado financiado. Além disso, o preço tem subido. A indústria brasileira de bens de consumo duráveis foi prejudicada pela escassez e pelo encarecimento de insumos, por problemas logísticos provocados pela pandemia e, posteriormente, pela guerra na Ucrânia.

A falta de microchips chegou a paralisar a linha de produção de montadoras de automóveis e de fabricantes de eletroeletrônicos. O consumo de bens industriais no Brasil, que considera tanto os produtos nacionais quanto os importados, acumulou uma queda de 3,1% de janeiro a junho, em comparação ao mesmo período do ano passado, segundo cálculos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Entre as categorias de uso, o resultado de bens de consumo duráveis foi o mais negativo no período, com recuo de 8,0% no primeiro semestre, apontou o Indicador Ipea de Consumo Aparente de Bens Industriais. A linha de produção de bens duráveis está começando a se recompor, mas a taxa de juros continua alta, e ainda vai continuar aumentando.

Então, o consumo desses bens ainda vai permanecer em queda por um período. No primeiro ano da pandemia, houve um aumento na aquisição de bens duráveis por pessoas que conseguiram fazer uma poupança forçada durante o período de distanciamento social. Agora, a prioridade é o consumo de serviços, porque é algo que as pessoas não faziam havia muito tempo. A última divulgação da Sondagem do Consumidor corrobora com esta análise. O quesito que mede o ímpeto do consumidor para a compra de bens duráveis recuou 2,9 pontos em julho ante junho, para 67,7 pontos, permanecendo ainda abaixo dos níveis pré-pandemia. No período de um ano, os bens de consumo duráveis ficaram 12,02% mais caros na fábrica.

As altas de preços mais relevantes, entre os aumentos registrados nos 12 meses encerrados em junho, foram as de automóveis, motocicletas, refrigeradores, máquinas de lavar, móveis de madeira, fogões e eletroportáteis, entre outros, aponta o Índice de Preços ao Produtor (IPP), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que apura a inflação da indústria. A inflação no varejo, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), também do IBGE, mostra que houve repasses expressivos ao consumidor nesses mesmos itens: mobiliário (aumento de 23,40% nos 12 meses encerrados em julho), eletrodomésticos e equipamentos (20,61%), automóvel novo (17,50%), refrigerador (23,85%), máquina de lavar roupa (18,77%), fogão (22,23%) e motocicleta (19,34%). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.