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23/Ago/2022

China: seca e calor ameaçam indústria e agricultura

A Capital Economics afirma que aumenta o risco de problemas mais disseminados na oferta de energia da China. O problema já ocorre no sudoeste do país, diante de uma seca severa e de uma onda de calor, com autoridades na província de Sichuan e na municipalidade de Chonqqing fechando fábricas por uma semana para controlar o quadro. Por enquanto, os fechamentos seguem menores do que a escala vista pela falta de energia no ano passado. Agora, porém, a Administração Meteorológica da China diz esperar que a onda de calor continue até ao menos o fim da próxima semana. Com temperaturas superando 40°C em partes do país, o consumo residencial de eletricidade disparou, com mais uso de ar-condicionado. O consumo residencial representa até 15% do total no país. Um problema ainda maior é a seca que, segundo autoridades, poderia perdurar por mais um mês. Ela prejudica a oferta de energia hidrelétrica, responsável por 17% da eletricidade chinesa. Mesmo se a falta de energia seguir restrita à área atual, o impacto macro pode ainda ser significativo.

Juntas, Sichuan e Chonqqing são responsáveis por mais de 6% da produção industrial chinesa. E seus vínculos em cadeias de produção podem também atrapalhar negócios em outras latitudes. A maior preocupação é que a falta de energia possa se disseminar em breve. As zonas afetadas dependem muito da energia hidrelétrica, mas outras fontes de energia também podem ficar sob pressão no país. Caso os estoques de carvão chineses continuem a recuar, em alguns dias autoridades poderiam implementar racionamento de energia em nível mais disseminado. A China decidiu estender até pelo menos quinta-feira (25/08) um racionamento de energia que forçou fábricas no sudoeste do país a interromper atividades, devido aos baixos níveis de água nos reservatórios de hidrelétricas, em mais uma consequência do verão mais quente a atingir os chineses em várias décadas. A tensa situação do fornecimento de energia na província de Sichuan se intensificou ainda mais.

A seca e onda de calor prejudicaram lavouras e levou rios, como o gigante Yangtze, a encolher, interrompendo o movimento de cargas. A mídia estatal afirma que o governo irá tentar proteger a colheita de grãos do outono, que representa 75% do total anual na China, por meio do uso de químicos para gerar chuvas. Empresas em Sichuan que fabricam chips processadores, painéis solares, componentes automotivos e outros bens industriais foram obrigadas a encerrar ou reduzir operações na última semana, de forma a poupar energia para residências, uma vez que a demanda por ar-condicionado aumentou em meio ao salto das temperaturas. O governo chinês diz que o verão deste ano é o mais quente e seco do país desde que o registro de temperaturas e chuvas começou a ser feito, em 1961. O Ministério da Agricultura da China afirmou que tentará proteger sua colheita de grãos da seca recorde que assola o país usando produtos químicos para “criar chuva”. O clima murchou as colheitas e deixou os reservatórios com metade do nível normal de água.

As autoridades tomarão medidas de emergência para garantir a colheita de grãos no outono, que representa 75% do total anual da China. O plano é “aumentar a chuva" produzindo nuvens com produtos químicos e pulverizando as plantações com um "agente de retenção de água", para limitar a evaporação. A seca é mais um desafio para o Partido Comunista, que está tentando sustentar o fraco crescimento econômico e promover o terceiro mandato do presidente Xi Jinping. Uma colheita de grãos menor para a China, aumentaria a demanda por importações. Fábricas na província de Sichuan, no Sudoeste da China, foram fechadas, na semana passada, para economizar energia para as residências, pois a demanda por ar condicionado aumentou muito com as temperaturas de até 45°C. Enquanto isso, no noroeste do país, áreas da China sofreram inundações repentinas que mataram pelo menos 26 pessoas e deixaram cinco desaparecidas. Deslizamentos de lama e rios também atingiram seis aldeias nas proximidades da Grande Muralha e forçaram cerca de 1,5 mil pessoas a deixarem suas casas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.