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19/Ago/2022

Plano Safra 2022/2023 deve ser melhor executado

Segundo o Ministério da Agricultura, um alívio no cenário inflacionário do Brasil e a expectativa de uma certa acomodação na taxa básica de juros (Selic) são indicações de que o Plano Safra conseguirá atender melhor os produtores em 2022/2023, sem a escassez de recursos vista no ciclo anterior. Em 2021/2022, houve aumento de inflação e da taxa Selic, que cresceu muito rápido e o governo tinha um teto de gastos. Isso justifica o período em que contratações de crédito pelo programa de 2021/2022 foram suspensas. A diferença entre a taxa básica de juros e o que estava acordado no Plano Safra “é o tamanho da conta” que pesou para o governo em 2021/2022. Esse foi o grande problema do primeiro semestre. A expectativa é de que isso não venha a acontecer agora. A pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central nesta semana mostrou que o mercado vem reduzindo a perspectiva de alta da inflação em 2022, mas ainda vê a taxa em torno de 7%, enquanto projeta uma certa estabilidade da Selic, com o primeiro corte na taxa básica em junho de 2023.

O Plano Safra 2022/2023 projeta ofertar um recorde de R$ 340,88 bilhões em financiamentos para produtores brasileiros, alta de 36% ante a temporada anterior, embora também com juros acima do programa anterior. Importante ressaltar que podem acontecer remanejamentos de recursos entre as linhas do Plano Safra. Algumas linhas ficam mais represadas que outras, abrindo janelas de remanejamento que acontecem naturalmente. A suspensão nas contratações de financiamento ocorrida no início deste ano gerou uma demanda represada por crédito, que está vindo com força para o Plano Safra de 2022/2023. Os custos de produção para a nova temporada também estão mais elevados, o que aumenta a necessidade de recursos. No entanto, o programa foi pensado com foco nos pequenos e médios produtores, pois a necessidade real de recursos do setor agrícola representa mais que o dobro do valor do plano.

A necessidade de crédito da agricultura brasileira é de R$ 800 bilhões e o tamanho do Plano Safra é R$ 340 bilhões. Se for pensar na parte de custeio, são R$ 240 bilhões. Então, não há recursos para todos. Por isso, ele foi focado em pequenos e médios. O restante terá que ir a mercado. O Ministério da Agricultura está fazendo um trabalho para aproximar as instituições financeiras privadas, fomentando a tomada de crédito nesta ponta. Um exemplo é o avanço da Cédula do Produto Rural (CPR) que tem emissões aumentando mês após mês. Isso possibilita monitorar o tamanho do mercado e como é que ele está, como o mercado financeiro está olhando para o setor e o apetite do setor em usar desses instrumentos para se financiar. O que se observa é um ‘boom’ de LCA e de CDCA. Os títulos do agronegócio estão sendo alavancados por esse processo. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.