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16/Ago/2022

Amazônia: desmatamento avança no atual governo

O desmatamento na Amazônia segue sua rota em 2022. Entre agosto do ano passado e julho deste ano, 8.590 Km² de devastação da floresta foram registrados pelo Deter, sistema do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) que mede o impacto em tempo real. Este é o terceiro índice mais alto da série histórica iniciada em 2015. Todos ocorreram durante o governo de Jair Bolsonaro, cuja gestão na área ambiental é criticada no Brasil e no exterior por desmontar os órgãos de combate e fiscalização, sucessivos recordes negativos de desmate e ilegalidades como o garimpo clandestino. Para se ter uma ideia do que representa o novo dado para a região, considerando-se apenas julho, foram 1.487 Km² de vegetação suprimida, área equivalente à da cidade de São Paulo. O índice é similar ao registrado no ano passado (1.498 Km²). Se o recorte for somente o primeiro semestre deste ano, o resultado não é mais animador. Foram 3.988 Km² de floresta que tombaram, o maior já registrado para esse período na Amazônia.

Os dados deste ano (8.590 Km²) ficam somente pouco atrás dos de 2021, quando foram registrados 8.780 Km² de desmatamento. Ainda assim, uma queda pouco expressiva. O sistema Deter foi criado em 2004 e seu objetivo é detectar o desmate enquanto ele acontece para orientar a fiscalização do Ibama. Os dados finais do desmatamento são observados por outro sistema do Inpe, o Prodes, mais acurado que o Deter, mas cujas estimativas só são divulgadas no fim do ano. De acordo com ambientalistas e especialistas, não apenas o desmonte dos órgãos de controle contribuem para mais um ano com valores elevados de desmate da Amazônia. A expectativa de asfaltamento da BR-319, rodovia que corta a maior porção intacta da floresta, acelerou esse processo. A pavimentação contrariou pareceres técnicos do próprio governo federal. Outro problema, este apontado pelo MapBiomas, organizações ambientais e empresas de tecnologia, é que apenas 2,4% dos alertas de desmatamento emitidos pelos satélites corresponderam a uma ação em campo de autuação ou embargo de propriedade pelos órgãos ambientais federais de 2019 a 2021.

Neste ano, pela primeira vez, o estado do Amazonas passou Mato Grosso e assumiu o posto de segundo mais desmatado na Amazônia Legal. O Pará continua na liderança. Ao todo, foram 3.072 Km² de alertas de desmatamento no Pará, 2.292 no Amazonas e 1.433 em Mato Grosso. Os municípios de Lábrea (AM) e Apuí (AM) ocupam as duas primeiras posições em alertas na região. O Ministério do Meio Ambiente afirmou que os dados do Deter de julho para a região da Amazônia indicam o menor índice para o mês desde 2018. O acumulado dos últimos 12 meses, segundo a pasta, aponta redução de 2,16%. De acordo com o ministério, o governo federal tem sido extremamente contundente no combate aos crimes ambientais com a Operação Guardiões do Bioma, que visa a coibir crimes ambientais nos Estados do Amazonas, Pará, Mato Grosso, Acre e Rondônia. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.