10/Ago/2022
Depois de quatro pregões seguidos de queda, em que acumulou baixa de 3,15%, o dólar subiu na sessão desta quarta-feira (09/08), em meio a ajustes de posições e movimentos de realização de lucros. A ata do Copom trouxe um tom 'dovish' e ratificou a percepção de fim do ciclo de aperto monetário, com taxa Selic congelada em 13,75% ao ano, ao passo que o IPCA de julho, como esperado, apresentou deflação recorde com tombo dos preços dos combustíveis. No exterior, a moeda norte-americana teve sinal misto frente a divisas fortes e emergentes, embora tenha caído ante pares do Real como o peso chileno e o rand sul-africano. Depois de o resultado acima do esperado do relatório de emprego (payroll) na sexta-feira (05/08) mitigar temores de recessão nos Estados Unidos, investidores aguardam a divulgação, nesta quarta-feira (10/08), do índice de preços ao consumidor (CPI) em julho para calibrar as apostas em torno do ritmo de alta dos juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).
Afora uma queda pontual, quando rompeu o piso de R$ 5,10, ao descer até a mínima de R$ 5,09 (-0,39%), o dólar trabalhou em alta durante toda a sessão. Com máxima a R$ 5,15, a divisa fechou cotada a R$ 5,12, avanço de 0,32%. Na semana, a moeda apresenta leve perda, de 0,72%. A liquidez foi reduzida, com o contrato de dólar futuro para setembro, principal termômetro do apetite por negócio, girando menos de US$ 10 bilhões. Segundo a Fair Corretora, o dólar caiu bastante nos últimos dias com entrada de fluxo externo e desmonte de posição comprada (que ganha quando o dólar sobe) do estrangeiro no mercado futuro. Nesta terça-feira (09/08), houve um movimento de correção. O mercado se animou com a geração de emprego nos Estados Unidos. Isso acabou mexendo com as commodities. É melhor uma alta de juros maior nos Estados Unidos com a economia ainda forte do que uma recessão. Segundo a Ourominas, houve também uma atuação mais intensa por parte de importadores na sessão desta terça-feira (09/08), o que contribuiu para a alta do dólar.
Houve compras de importadores importantes, que aproveitaram a queda recente para realização de grandes pagamentos. No exterior, o índice DXY (que mede o comportamento do dólar frente a seis divisas fortes) apresentou leve queda, na casa dos 106,300 pontos, com perda frente ao euro e ganhos na comparação com o iene e a libra esterlina. Por ora, seguem majoritárias as apostas de que o Federal Reserve vai elevar a taxa básica em 75 pontos-base em setembro, apesar de um ala do mercado acreditar que a inflação norte-americana pode já ter atingido seu pico. Segundo a mediana das expectativas de 26 analistas, o CPI avançou 0,2% em julho ante o mês anterior, com alta de 8,7% na comparação anual. Caso se confirme, o resultado representará uma desaceleração, após os avanços de 1,3% e 9,1% de maio, respectivamente. Segundo a Ourominas, o CPI vai ser importantíssimo para ver como anda a economia norte-americana. Se vier acima do esperado, abre espaço para especulação de um aumento maior os juros nos Estados Unidos, o que pode dar novo impulso ao dólar.
No Brasil, o IPCA fechou julho com queda de 0,68%. Foi a maior deflação da série histórica iniciada em 1980. Em 12 meses, o índice desacelerou de 11,89% em junho para 10,07% em julho. Analistas ponderam que a queda do IPCA no mês passado se deve, sobretudo, à redução da alíquota do ICMS para gasolina e energia elétrica. A abertura do índice revela uma dinâmica inflacionária qualitativamente ruim. Na ata, o Copom seguiu a toada de seu comunicado na semana passada e afirmou que avaliará a necessidade de um ajuste residual, de menor magnitude, na próxima reunião, com o objetivo de trazer a inflação para o redor da meta no horizonte relevante. Como as projeções de inflação neste ano e em 2023 estão sujeitas a impactos elevados associados às alterações tributárias, o Copom alargou o chamado horizonte da política monetária e, como diz na ata, optou por dar ênfase à inflação acumulada em doze meses no primeiro trimestre de 2024. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.