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09/Ago/2022

Crise está atraindo investidores para o agronegócio

Apesar dos efeitos da pandemia e da oscilação de preços em meio à crise entre Rússia e Ucrânia, os bons resultados e a resiliência do agronegócio têm despertado o interesse de investidores. Ciente da janela de oportunidade, o setor se movimenta para oferecer novos produtos financeiros. Os números comprovam o apetite. Dos 46 IPOs (ofertas iniciais de ações, na sigla em inglês) realizados no Brasil em 2021, 11 foram de companhias do agronegócio, um recorde. Desde o lançamento do Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagro), em agosto de 2021, são mais de 70 mil investidores no produto. Em maio, a Bolsa lançou o índice de empresas do agronegócio (IAGRO B3), composto por 32 ativos que, juntos, chegam a R$ 700 bilhões em valor de mercado.

O diferencial é que ele contempla não só empresas do setor primário, mas também fornecedoras de insumos, agroindústrias, comércio e empresas de transporte. A B3 reforçou que o agronegócio se oferece como opção natural para o investidor que busca diversificação. Com a saída do governo como principal financiador, o mercado de capitais está assumindo esse papel com a criação de instrumentos simples e acessíveis. Aproveitar bem as oportunidades depende do foco do investidor. Se o perfil é de renda fixa, há opções como a LCA (Letras de Crédito do Agronegócio) e o CRA (Certificados de Recebíveis Agrícolas). Na renda variável, há de ações até o Fiagro, em que o investidor se torna sócio de uma fazenda e ajuda na produção agrícola.

O mercado sinaliza que a "linha verde" tende a despontar nos próximos anos no agro. De olho nisso, a B3 avalia um subíndice de empresas do agro em ESG (termo que designa ações sociais, sustentáveis e de governança). Essas práticas não são transitórias. A Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) afirma que o próprio setor está ciente disso. Diante da pressão por práticas sustentáveis, o agro brasileiro precisa ser protagonista. O RenovaBio e o mercado de carbono, por exemplo, têm grande potencial de crescimento. Certamente, haverá outros produtos semelhantes, especialmente atrelados à certificação e à rastreabilidade.

Para a B3, à medida que os instrumentos ficarem acessíveis, haverá oferta de títulos verdes vinculados ao agro que podem ajudar o investidor a diversificar, além de contribuir para a pauta ambiental. Na hora que houver oferta, teremos discussões de preço mais interessantes, e o produtor poderá buscar estes títulos como alternativa de financiamento. Segundo a B3, o somatório da emissão de títulos ESG saltou de R$ 6 bilhões, em 2020, para R$ 30 bilhões em 2021. Só no primeiro semestre de 2022, foram R$ 40 bilhões. Mas, como investir no agronegócio para diversificar a carteira sem correr riscos? Entender a volatilidade do setor é essencial, afirma o Insper Agro Global. O investidor precisa estar ciente de que os preços oscilam e que nenhum país consegue defini-los por si só.

Houve alta em razão da pandemia, guerra e clima, e aí veio a recessão. Tudo indica que os preços cairão novamente, mas ninguém sabe quando. Portanto, o investidor precisa estar preparado para lidar com volatilidade. O cuidado deve ser ainda maior para quem não tem familiaridade com o agronegócio. Afinal, o setor tem empresas extremamente seguras, mas há muitos "aventureiros". Isso abre um caminho interessante para os próprios produtores rurais investirem. Afinal, eles conhecem a ampla atuação do agro, do campo à cidade, o que os torna naturalmente investidores qualificados. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.