ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

09/Ago/2022

Endividamento das famílias bate recorde em julho

Segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o País iniciou o segundo semestre com novo recorde de brasileiros endividados e inadimplentes. Em julho, 29% das famílias tinham algum tipo de conta ou dívida atrasada, o maior patamar de inadimplência desde 2010, quando teve início a série histórica da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic). O aumento da inadimplência indica que as medidas de governo de estímulo ao consumo, como os saques extras do FGTS e a antecipação do 13º salário aos beneficiários do INSS, tiveram efeito apenas momentâneo no pagamento de contas ou dívidas em atraso, concentrado no segundo trimestre deste ano. O total de inadimplentes aumentou 0,5% na passagem de junho para julho. Em relação a julho de 2021, houve uma elevação de 3,4% na proporção de lares em situação de inadimplência.

O percentual de famílias endividadas subiu a um ápice de 78% em julho, um aumento de 0,7% ante junho. Em relação a julho do ano passado, a proporção de lares endividados teve um crescimento de 6,6%. A pesquisa considera como dívidas as contas a vencer em cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, prestação de carro e prestação de casa. O percentual de comprometimento da renda permanece no mesmo valor, em 30,4%, desde abril, mas 22% dos brasileiros estão com mais da metade dos rendimentos comprometidos com dívidas. Em julho, 10,7% das famílias afirmaram não ter condições de pagar seus débitos já atrasados, ou seja, permanecerão inadimplentes, alta de 0,1% em relação a junho. A maioria dos que permanecerão sem pagar contas ou dívidas já atrasadas de meses anteriores está entre os consumidores que não concluíram o ensino médio (13%), que também foram os que mais precisaram atrasar pagamentos no próprio mês de julho (33,3%).

As classes de despesas das famílias que ganham menos são justamente as que tiveram maiores aumentos recentes de preços, então elas acabam gastando uma parcela maior do orçamento para fazer frente ao aumento da inflação. Ou seja, as famílias com menor renda foram mais afetadas e aumentaram o endividamento, a despeito dos juros altos, para sustentar seu nível de consumo. A proporção de endividados entre famílias que recebem mais de dez salários-mínimos por mês subiu a 75,0% em julho, enquanto o total de lares com dívidas entre os que recebem até dez salários-mínimos avançou a 78,8%. Entre as modalidades de dívidas, houve redução pelo terceiro mês consecutivo nas contas a pagar em cartão de crédito. Do total de endividados, 85,4% tinham dívidas no cartão de crédito em julho ante uma fatia de 88,8% em abril deste ano.

As famílias têm buscado alternativas de crédito mais baratas por conta dos juros elevados. Com isso, carnês de loja e crédito pessoal foram as modalidades que avançaram no endividamento, neste início de semestre, representando 18,8% e 9,2% do total de famílias com dívidas, respectivamente. A pesquisa mostrou ainda uma queda nos financiamentos de automóveis e da casa própria. Em julho de 2021, 12,6% das famílias pagavam prestações de carro e 9,7%, de casas. Em julho deste ano, apenas 10,6% das famílias pagam financiamento de carro, enquanto a fatia comprometida com prestações da casa própria desceu a 7,6%. O motivo para menor uso de crédito de longo prazo também é o crescimento dos juros, que aumentaram em média 5,8% em um ano, para carros, e 2,8%, no caso da aquisição de imóveis pelas pessoas físicas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.