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08/Ago/2022

Supermercados: embalagens menores e mais caras

Para reajustar preços de uma maneira mais sutil ao consumidor, a indústria costuma diminuir o tamanho de algumas embalagens. Assim, ainda que pague o mesmo preço no produto, o consumidor desembolsa mais dinheiro por cada grama comprada. Acontece, porém, que o preço por quilo nas embalagens pequenas, também está subindo. Em alguns casos, é possível encontrar itens menores que são mais caros que as embalagens maiores de antes. Um estudo da Horus, startup de inteligência de mercado, mostra que a tendência de redução de embalagens acontece, principalmente, nas marcas das fabricantes líderes de mercado. A pesquisa avaliou a variação de volume de vendas, faturamento, incidência nos carrinhos e no preço médio por quilo do sabão em pó, barra de chocolate e bolacha waffer durante o período de janeiro a maio de 2021. No caso do sabão em pó, o volume de vendas das embalagens de 2 Kg caiu 51,5% no período analisado em 2022. Enquanto isso, a embalagem de 1,6 Kg subiu 3,8% no mesmo indicador. O faturamento com a venda da embalagem maior caiu 44,4%. No pacote menor, houve alta de 24,1%.

A presença da caixa com 2 Kg nos carrinhos de compras caiu 9,4%, já a de 1,6 Kg subiu 0,2%. Vale observar ainda que o preço por quilo subiu 14,6% para quem leva o pacote maior e 19,6% para quem prefere a embalagem menor. Na prática, a embalagem menor custa agora, em média, R$ 9,90 por Kg e a maior R$ 7,85 por Kg, o que pode levar uma unidade de 1,6 Kg custar mais caro do que a maior. Os responsáveis pelo estudo explicam que as novas embalagens de 1,6 Kg têm a proposta de ter o mesmo rendimento que uma embalagem de 2 Kg teria. A razão da subida do preço das embalagens menores é a falta da embalagem maior. É possível acrescentar ainda que as capitãs das categorias, ou seja, os principais fabricantes, geralmente são quem promovem o movimento de reduflação (redução de embalagens em razão da alta de preços), então, naturalmente há um impacto quando um grande player deixa uma gramatura para trabalhar em outra. A interpretação é de que caso ambos os produtos fossem oferecidos lado a lado da gôndola, o cliente escolheria o maior e mais barato.

A única razão para que o primeiro veja o volume de vendas cair e o segundo suba é o fato de a embalagem maior estar sendo substituída pela menor. A Horus chama a atenção ainda para o fato de que a queda de volume de vendas da embalagem de 2 Kg não se traduz em uma alta proporcional à que a menor teve. Isso porque, embora a indústria imponha esse movimento de redução, o consumidor também impõe algumas tendências aos fabricantes. Como os clientes têm migrado suas compras para os atacarejos, onde se compra quantidades para o mês todo por valores mais baixos, parte da indústria viu a demanda por embalagens maiores crescer, como as de 2,2 Kg e 2,4 Kg. Essas opções absorvem parte da desidratação que a embalagem de 2 Kg sofreu. As barras de chocolate apresentaram tendência um pouco diferente. As embalagens de 100g e 90g caíram 57,4% e 38,7% em volume de vendas. Ao mesmo tempo, as opções de 85g subiram 4,7% no mesmo critério. Os preços por quilo subiram em todas as categorias: 3,2% na embalagem de 100g; 7,5% na de 90 g; e 6% na de 85g.

No entanto, o preço na embalagem maior continua o mais caro, a R$ 120,32 por Kg. Nos outros dois tamanhos, porém, a tendência observada no sabão em pó se repetiu. No pacote de 90g, o custo é de R$ 54,80 por Kg, já na menor, de 85 g, o preço é de R$ 74,60 por Kg. Apesar da gramatura mais cara da embalagem maior não ter uma explicação tão clara, o movimento mais importante observado nessa categoria é a mudança da embalagem mediana para a de 85g. Isso porque a de 90g representava mais da metade do consumo dos chocolates em barra. Nas bolachas waffer, as embalagens de 120g e 100g caíram 59% e 7,1% em volume de vendas, enquanto as de 80g subiram 78,9%. Nos pacotes de 120g, o valor cobrado por quilo caiu 49% e passou a custar R$ 18,41; enquanto nos de 100g e 80g, houve alta de 22,7% e 25,5% e ambos passaram a custar R$ 17,95 por Kg. Mais uma vez, observa-se que, entre a embalagem mediana e a pequena, há redução de peso e manutenção do preço. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.