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08/Ago/2022

Lagos Amazônicos: potencial contra crise climática

A proteção dos lagos da Floresta Amazônica é mais importante do que se imaginava na luta contra as mudanças climáticas. Apesar de relativamente pequenos, esses corpos d’água estocam um volume desproporcionalmente alto de carbono. Assim, impedem que grande quantidade de gás do efeito estufa vá para a atmosfera, o que agravaria o problema. A conclusão é de estudo de pesquisadores da Universidade Federal Fluminense (UFF), publicado na Nature Comunications em julho. As plantas absorvem dióxido de carbono (CO2) e liberam oxigênio (O2). Quando morrem, o CO2 absorvido é degradado e retorna como gás à atmosfera. Impedir esse retorno é uma das estratégias para frear as mudanças climáticas, já que o CO2 é um dos principais gases que se acumulam na camada de ar.

Esses gases impedem a liberação do calor da Terra e, assim, criam o efeito estufa, fenômeno que eleva a temperatura média do planeta. Os cientistas já sabiam que os lagos são importantes sumidouros de CO2, porque recebem grandes quantidades de material orgânico da vegetação em seu entorno. No estudo, foi possível demonstrar que os lagos amazônicos, dada a riqueza da floresta ao seu redor, concentram um volume ainda maior em relação àqueles localizados em outros biomas. Pesquisas anteriores tinham subestimado a quantidade de CO2 estocada nos lagos amazônicos. Para tentar determinar a importância da preservação desses lagos na prevenção ao aquecimento global, a UFF fez diversas expedições às planícies de inundação de rios da Amazônia, abrangendo uma grande variedade de regiões da floresta. Os cientistas coletaram amostras de sedimento do fundo de 13 lagos.

Também compararam os resultados com uma revisão global de dados de vários outros estudos semelhantes feitos em diferentes biomas. As análises revelaram que os lagos da Amazônia apresentam algumas das taxas de acumulação de CO2 mais elevadas do planeta. Elas são de 113,5 gramas por metro quadrado ao ano, volume até dez vezes maior do que os de lagos localizados em outros biomas. O estudo demonstrou ainda que a taxa de acumulação do CO2 é 2,3 vezes maior nas áreas de mata preservada em relação a regiões desmatadas. Embora os lagos sejam essenciais para a absorção de CO2, não basta preservar o ecossistema. É preciso proteger seu entorno. O trabalho mostra que, se as florestas do entorno forem destruídas, a capacidade dos lagos de guardarem matéria orgânica fica reduzida. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.