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04/Ago/2022

Dólar fecha estável em pregão com liquidez reduzida

O dólar encerrou a sessão desta quarta-feira (03/08) praticamente estável, na casa de R$ 5,27, em um pregão marcado por instabilidade e trocas de sinal, com investidores digerindo dados da economia norte-americana e declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). No Brasil, é dado como certo que o Copom elevará a taxa Selic em 0,50%, para 13,75% ao ano. A dúvida é se o Banco Central deixará a porta aberta para alta adicional dos juros em setembro. No início da sessão, o dólar até ensaiou uma arrancada ao romper o patamar de R$ 5,30, em sintonia com o fortalecimento da moeda norte-americana no exterior, na esteira de declarações do presidente do Fed de St. Louis, James Bullard.

Tido como integrante mais conservador Fed, Bullard afirmou que ainda espera ver a taxa básica de juros nos Estados Unidos, hoje, na faixa entre 2,25% e 2,50%, atingir de 3,75% a 4%. Além disso, o índice ISM de gerente de compras (PMI) de Serviços nos Estados Unidos em julho e as encomendas à indústria em junho vieram acima do esperado, o que, em tese, mostra resiliência da atividade e autoriza do Fed a se concentrar no combate à inflação. As tensões geopolíticas desencadeadas pela visita, já encerrada, da presidente da Câmara dos Representantes do Estados Unidos, Nancy Pelosi, a Taiwan continuam no radar, embora tenham tido mens influência nos negócios. A situação mudou no início da tarde, à medida que o dólar reduzia os ganhos frente a outras moedas fortes e passava a recuar em relação a divisas emergentes pares do Real, como o peso mexicano e o rand sul-africano.

Esse movimento se deu em meio à desaceleração da alta dos retornos dos Treasuries e aprofundamento das perdas do petróleo, que rompeu o piso de US$ 100,00 por barril. Ao discurso duro de Bullard se contrapôs um tom mais ameno da presidente do Federal Reserve de São Francisco, Mary Daily, para quem uma alta de 50 pontos-base dos Fed Funds em setembro é uma hipótese razoável em razão dos indicadores disponíveis no momento. Daily não descartou, contudo, a possibilidade de nova elevação de 75 pontos-base. Após oscilar entre os terrenos positivos e negativo, o dólar encerrou a sessão a R$ 5,27 (-0,02%), com mínima a R$ 5,24 e máxima a R$ 5,31. Depois de cair 5,90% na semana passada, a divisa já acumula alta de 2% nos três primeiros pregões desta semana. No ano, as perdas são de 5,34%.

O pregão foi de liquidez reduzida, com o contrato futuro de dólar para setembro, principal termômetro do apetite por negócios, movimentando por volta de US$ 10 bilhões. Segundo o Banco Ourinvest, os mercados ainda refletem certa preocupação com as tensões entre China e Estados Unidos, enquanto assimilam as declarações de dirigentes do Fed. O mercado continua operando de olho no alcance do aperto da política monetária nos Estados Unidos. Tem também certa cautela com a decisão do Copom. O início da campanha presidencial pode adicionar volatilidade à taxa de câmbio. Para o BTG, o Fed não terá espaço para abaixar o tom hawkish e permanecerá com a preocupação com a estabilidade dos preços.

A previsão é de que a taxa básica norte-americana encerre 2022 no intervalo entre 3,5% e 3,75%, o que favorece o dólar globalmente e, por tabela, sugere manutenção das moedas emergentes, como o Real, em níveis depreciados. Em seu cenário base, que traz taxa Selic a 14% no fim deste ano, os estrategistas do BTG veem taxa de câmbio a R$ 4,80 em dezembro. Eles observam, contudo, que o quadro global e fiscal doméstico neste momento é compatível com dólar no patamar de R$ 5,20. O modelo alternativo de alta frequência do banco mostra que o patamar atual (R$ 5,25) deve permanecer ao menos até meados do mês de setembro, quando pode haver um movimento de depreciação do Real devido à nova decisão do Fomc e à proximidade do pleito eleitoral no Brasil. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.