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04/Ago/2022

Brasil-China: taxonomia em agricultura sustentável

Segundo o Institute of Finance and Sustainability (IFS), a exemplo do que já foi feito por China e União Europeia, Brasil e China também podem criar uma taxonomia (padrões comuns) de práticas de agricultura sustentável, que facilitem o acesso de produtos agropecuários brasileiros ao mercado chinês e a financiamento para estimular essa produção. Segundo o Banco do Povo da China (banco central chinês), com a União Europeia, foi possível chegar a uma taxonomia em mais de 70 itens, inclusive para a agricultura. Essa experiência talvez possa ser replicada para o Brasil, poderia haver uma taxonomia exclusiva para agricultura, de Brasil e China. É do interesse do consumidor chinês ter produtos de maior qualidade, produtos verdes. Se for do interesse de todos, é interessante começar esse trabalho.

O trabalho com a União Europeia levou cerca de dois anos e, com o Brasil, poderia começar com um produto selecionado. Com as regras estabelecidas para tal produto, ele receberia um selo e seria levado ao mercado como item de alta qualidade, passível de receber benefícios governamentais, como redução tributária, e de instituições financeiras, como taxas de juros mais baixas. Essa é uma discussão possível. Finanças sustentáveis precisam de indicadores; cada país tem o seu, mas não há reconhecimento mútuo. Caso a criação de uma taxonomia comum a Brasil e China para produtos agropecuários considerados sustentáveis tenha êxito, o trabalho também poderia ser levado para "dentro" dos BRICS (grupo de países formado por Brasil, Rússia, Índia e China), na avaliação do IFS. O Ministério da Agricultura (Mapa) recebeu de forma positiva a proposta, pois considera fundamental ter padrões comuns.

Tal taxonomia poderia servir para outras relações comerciais, não somente com a China. Já foi feito muita coisa na agropecuária brasileira. O mercado e investidores só precisam deixar claro o que querem que o Brasil prove. O Banco da China no Brasil reforçou a proposta de estabelecer uma taxonomia válida não somente para o mercado chinês, como também o internacional. O Banco da China já segue a taxonomia estabelecida entre China e União Europeia. Poderia pensar em algo internacional, unindo China, União Europeia e Brasil. Esse seria o cenário ideal, porque facilitaria o crédito sindicalizado (concedido de forma conjunta por mais de um banco e investidores) e a atração de mais instituições financeiras. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.