ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

01/Ago/2022

Dólar acumulou baixa de 5,90% na última semana

Após quatro pregões consecutivos de baixa, em que acumulou desvalorização de 6,10%, o dólar encerrou a sessão de sexta-feira (29/07) em leve alta, na casa de R$ 5,17. Segundo operadores, o pregão foi marcado por realização de lucros e ajustes técnicos, em meio à formação da última taxa Ptax de julho, que serve para liquidação de contratos derivativos, e à rolagem de posições no mercado futuro de dólar. O dólar chegou até a operar pontualmente em queda, com mínima a R$ 5,14. Apesar do apetite ao risco e do sinal predominante de baixa da moeda norte-americana no exterior, a divisa trabalhou em alta e chegou a romper o patamar de R$ 5,20 na máxima, ao tocar R$ 5,21 (+0,96%). No fim da sessão, a moeda avançava 0,21%, cotada a R$ 5,17. O dólar encerrou a semana com baixa de 5,90%. Trata-se da maior queda semanal desde a primeira semana de novembro de 2020, o que dá uma ideia da magnitude do movimento. Graças ao tombo nos últimos dias, a moeda termina julho com sinal negativo (-1,16%), após ter subido 10,15% em junho. No ano, a divisa apresenta perdas de 7,20%.

O Real vinha perdendo muito contra o dólar e uma reação era esperada. Segundo a Acqua-Vero Investimentos, o que impulsionou muito o Real e as moedas emergentes em geral na semana passada foi a alta de preços das commodities com a leitura de estímulos econômicos na China. O fato de o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) não ter acelerado o ritmo de alta de juros para 100 pontos-base, como especulado por parte do mercado, tirou fôlego do dólar. Na quarta-feira (27/07), o Fed anunciou elevação da taxa básica de juros em 75 pontos-base, para a faixa entre 2,25% e 2,50% ao ano. A novidade foi a declaração do presidente do Fed, Jerome Powell, de que a taxa já está perto do nível neutro e que seria apropriado moderar o ritmo de alta, o que deu lugar a um rali dos ativos de risco. A perspectiva de um Fed mais comedido foi reforçada pela primeira leitura do PIB norte-americano no segundo trimestre, que mostrou retração de 0,9% (taxa anualizada).

Dados de inflação e consumo nos Estados Unidos em junho divulgados na sexta-feira (29/07) não abalaram a aposta majoritária de que o Fed vai elevar os juros em 50 pontos-base em setembro. O índice de preços de gastos com consumo (PCE) subiu 1% em junho ante maio. O núcleo do PCE, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, avançou 0,6%, um pouco acima das expectativas (0,5%). Na comparação anual, o PCE subiu 6,8% em junho, após a alta de 6,3% de maio. O núcleo atingiu 4,8%, ante 4,7% em maio. Para a Acqua-Vero Investimentos, o quadro de recessão técnica nos Estados Unidos traz a perspectiva de aperto menos agressivo do Fed. De outro lado, o PCE mostra que a inflação continua muito forte. Ainda é preciso ver com serão as próximas leituras de inflação. O diretor do Fed, Cristopher Waller, diz que é plausível um "pouso suave" do mercado de trabalho norte-americano em meio aos esforços para controle da inflação.

O presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic disse que é preciso continuar a subir os juros, mas ressaltou, ecoando fala de Powell, que o ritmo de aperto monetário nos próximos meses dependerá dos indicadores econômicos. Modelo do Fed de Atlanta prevê crescimento anualizado de 2,1% do PIB norte-americano no terceiro trimestre. No exterior, o índice DXY (que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis divisas fortes, com predominância do euro e do iene) operou em queda firme, abaixo da linha dos 106,000 pontos. O dólar caiu em relação à maior parte das divisas emergentes e de exportadores de commodities, embora tenha subido frente a pares do Real, como o peso mexicano e o rand sul-africano. O Instituto Finanças internacionais (IIF) afirmou que mantém seu preço justo para a taxa de câmbio em R$ 4,50. É reconfortante o fato de o Real, em apenas dois dias de notícias favoráveis aos emergentes, incluindo um Fed menos agressivo, já liderar a recuperação entre moedas do grupo. Para o IIF, o Real permanece muito subvalorizado. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.