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01/Ago/2022

Desemprego cai e atinge a menor taxa desde 2015

De acordo com os dados mensais da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados na sexta-feira (29/07) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação no Brasil ficou em 9,3% no segundo trimestre. Em igual período de 2021, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 14,2%. No trimestre móvel até maio, a taxa de desocupação estava em 9,8%. A renda média real do trabalhador foi de R$ 2.652,00 no segundo trimestre. O resultado representa queda de 5,1% em relação ao segundo trimestre de 2021. A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 255,7 bilhões no período de abril a junho, alta de 4,8% ante igual período do ano passado. A queda na taxa de desemprego no segundo trimestre foi marcada por um recorde no total de ocupados. O País registrou entre abril e junho 98,269 milhões de trabalhadores ocupados, entre formais e informais.

A taxa de desemprego, de 9,3%, é a menor para segundos trimestres desde 2015, quando ficou em 8,4%. A população ocupada aumentou em 3,1% em um trimestre, o que indica a abertura de 2,994 milhões de postos de trabalho, entre formais e informais, na comparação com o primeiro trimestre. Em relação a um ano antes, o total de ocupados cresceu 9,9%, indicando a criação de 8,885 milhões de postos de trabalho, entre formais e informais. Com isso, o nível de ocupação ficou em 56,8% no segundo trimestre, ante 52,1% um ano antes. É o maior nível de ocupação para segundos trimestres desde 2015, quando a taxa ficou em 57,4%. O IBGE chamou a atenção para o fato de que os segundos trimestres, normalmente, são marcados pela expansão da ocupação. Ainda assim, o crescimento do segundo trimestre deste ano é bastante forte. O País tinha 10,080 milhões de desempregados no segundo trimestre. O total de desocupados caiu 15,6% em relação ao primeiro trimestre, com 1,869 milhão de pessoas a menos em busca de uma vaga.

Em relação ao segundo trimestre de 2021, o número de desempregados tombou 32,0%, com 4,751 milhões de pessoas a menos na fila do desemprego. Principal motor do crescimento da ocupação ao longo dos trimestres de retomada da economia, as vagas consideradas informais perderam espaço na geração de empregos no segundo trimestre. O total de trabalhadores informais, de 39,286 milhões, foi recorde desde que o IBGE começou a agregar essas informações, no quarto trimestre de 2015, mas o crescimento desacelerou. Na comparação com o primeiro trimestre, 1,084 milhão de trabalhadores passaram a atuar na informalidade. Como o crescimento total de ocupados foi de 2,994 milhões de vagas, na mesma base de comparação, os trabalhos informais responderam por 32,6% da expansão em um trimestre. Na comparação com um ano antes, são 3,524 milhões a mais de ocupações tidas como informais.

Ao longo da retomada após a economia ser atingida em cheio pela pandemia de Covid-19, as vagas informais chegaram a responder por quase 80% da expansão total da ocupação. Embora a informalidade continue em expansão, as vagas com carteira de trabalho aumentando e, nesse segundo trimestre, uma contribuição bastante específica do setor público, faz com que, relativamente, a informalidade perca um pouco de espaço no processo da expansão da população ocupada. Tanto que, apesar do recorde em termos de contingente, a taxa de informalidade ficou em 40,0% do total da população ocupada no segundo trimestre, abaixo dos 40,1% dos três primeiros meses deste ano, e igual à verificada no segundo trimestre de 2021. Entre os informais, mais uma vez, o destaque foram os trabalhadores por conta própria (normalmente esses empregados trabalham na informalidade).

No segundo trimestre, 25,714 pessoas ocupavam vagas do tipo no País. Na comparação com o primeiro trimestre, o número de ocupados por conta própria cresceu em 431 mil pessoas, avanço de 1,7%. Na comparação com o segundo trimestre de 2021, são 1,071 milhão de trabalhadores por conta própria a mais, alta de 4,3%. A geração de empregos foi disseminada no segundo trimestre. Mas, o avanço das vagas no setor público chamou a atenção nos dados da Pnad Contínua. Na desagregação da população ocupada por atividade, "administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais" registrou 739 mil vagas a mais na passagem do primeiro para o segundo trimestre, alta de 4,5%. Na comparação com o segundo trimestre de 2021, são 893 mil vagas a mais nessa atividade, crescimento de 5,5%.

Dentro desse grupamento de atividade, o destaque foram os postos de trabalho na educação e na saúde, com destaque para a educação fundamental, serviço prestados, predominantemente, pelas prefeituras. Muitas vezes são empregos temporários, mas são postos de trabalho considerados formais, o que contribuiu para a redução do peso relativo das vagas informais na expansão total de empregos no País. O IBGE chamou a atenção para movimentos sazonais, afetados pela pandemia. Normalmente, a ocupação em serviços públicos cresce nos segundos trimestres de cada ano. Diferentemente do padrão, em 2020 e 2021, os crescimentos foram tímidos, provavelmente por causa das medidas de isolamento social para conter a pandemia de Covid-19. Escolas suspenderam as aulas e os serviços de saúde que não fossem dedicados ao tratamento da Covid-19 foram, de alguma forma, atrapalhados.

Agora, em 2022, com o avanço da vacinação e a melhora dos indicadores da pandemia, pode ter havido uma volta ao normal nessas atividades. Com a intensificação do retorno das atividades presenciais, foi necessário remontar a estrutura dos estabelecimentos de ensino. Entre as demais atividades econômicas, outro destaque foi o comércio. No intervalo de um ano, na comparação com o segundo trimestre de 2021, foram 2,356 milhões de vagas a mais no comércio, alta de 14,2%. Ante o trimestre anterior, foram 617 mil postos de trabalho a mais, alta de 3,4%. A atividade de alojamento e alimentação, uma das mais atingidas pela pandemia, teve 1,019 milhão de ocupados a mais, alta de 23,1%. Em relação ao trimestre imediatamente anterior, são 138 mil ocupados a mais, alta de 2,6%. Em outros serviços, atividade também muito atingida, foram 805 mil postos a mais em um ano (alta de 18,7%) e 158 mil em um trimestre (mais 3,2%).

Em relação ao patamar de um ano antes, o segundo trimestre de 2021, houve ganhos de postos também na construção civil (753 mil, 11,2% a mais), em informação, comunicação e atividades financeiras (568 mil, 5,1% a mais), na indústria (1,175 milhão de postos, alta de 10,2%), e em transporte, armazenagem e correio (463 mil ocupados, 10,0% a mais). Na comparação com o trimestre móvel imediatamente anterior, o contingente de trabalhadores na construção civil cresceu em 274 mil, 3,8% a mais. Também houve contratações na indústria (332 mil) e em informação, comunicação e atividades financeiras (336 mil). Considerando a posição na ocupação, o contingente de trabalhadores domésticos, grupo que também foi destaque na perda de vagas em meio à pandemia, subiu 19,4% em um ano, com 950 mil trabalhadores a mais na comparação com o segundo trimestre de 2021. Ante o primeiro trimestre deste ano, são 248 mil trabalhadores domésticos a mais, alta de 4,4%. No total, 5,856 milhões de pessoas estão ocupadas no trabalho doméstico, formal ou informal, no País. A grande maioria (4,385 milhões) não tem carteira assinada. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.