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01/Ago/2022

Grãos: Ucrânia prepara 1º carregamento por navio

A Ucrânia está se preparando para enviar seus primeiros carregamentos de grãos ao exterior por navio, desde o início da invasão da Rússia, depois de um acordo para aliviar uma iminente crise alimentar global. Os carregamentos, que autoridades ucranianas afirmam que sairão nos próximos dias, serão o primeiro teste, depois de um acordo fechado em julho. Ficou acertado que a Ucrânia, um dos maiores exportadores de grãos do mundo, terá permissão para enviar cerca de 20 milhões toneladas presas no país desde o início da invasão. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, supervisionou na sexta-feira (29/07) o que ele disse ser o primeiro carregamento de um navio com grãos em um porto controlado pela Ucrânia, desde o início da guerra em fevereiro. Ele afirmou que o país está pronto para exportar grãos e aguardando os sinais de parceiros sobre o início do transporte.

Os primeiros navios a partir seriam aqueles carregados antes do início da guerra, mas que estão atracados quando a marinha russa bloqueou os portos da Ucrânia. Se for bem-sucedido, o acordo trará uma receita crítica para a Ucrânia, à medida que sua economia fraqueja sob o peso da invasão. Além do grão armazenado, os estoques devem receber mais cerca de 65 milhões de toneladas da safra deste verão. Com isso, a capacidade de armazenamento fica cada vez mais apertada. O tratado levanta ainda a perspectiva de que uma crescente crise alimentar global, que já contribuiu para protestos no mundo, possa começar a diminuir. Antes da guerra, Rússia e Ucrânia representavam quase um terço de todas as exportações globais de trigo. A Ucrânia também é considerada uma grande responsável pela produção mundial de milho e cevada.

Além de Zelensky, estiveram no Porto de Chornomorsk, supervisionando o primeiro embarque, embaixadores dos Estados Unidos, Reino Unido, França e Alemanha, e representantes da ONU. Zelensky procurou tranquilizar os parceiros da Ucrânia sobre a segurança de futuros carregamentos, apesar das as águas ao redor ainda cheias de minas colocadas pelas forças russas. O acordo fará com que os navios sejam inspecionados por uma equipe conjunta de autoridades turcas, russas e ucranianas, em Istambul. O contrato tem duração de 120 dias e pode ser renovado. Apesar do acordo, analistas não esperam uma queda repentina nos preços dos alimentos. Os preços globais do trigo já caíram significativamente nas últimas semanas em relação aos recordes que atingiram após a invasão da Rússia e agora estão próximos dos níveis anteriores à guerra.

Mas, a cerca de US$ 8,00 por bushel, o trigo continua mais que o dobro do preço de cinco anos atrás e quase tão caro quanto no fim de 2010 e início de 2011, quando os altos preços dos alimentos ajudaram a desencadear a Primavera Árabe no Oriente Médio. Os três portos cobertos pelo acordo (Odessa, Chornomorsk e Pivdennyi) podem movimentar cerca de 30 milhões de toneladas por ano, segundo a SovEcon, consultoria focada em grãos do Mar Negro. A Ucrânia espera exportar até 4,5 milhões de toneladas por mês, cerca de três vezes a quantidade que está exportando atualmente. Isso é um pouco menos do que os 5 milhões de toneladas que as autoridades ucranianas estão buscando exportar. Segundo o Rabobank, ainda há muito ceticismo sobre este acordo. Se a Rússia continuar agressiva nessa área, será difícil mantê-lo. Há dúvida sobre operar um porto enquanto há mísseis pousando ao redor. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.