29/Jul/2022

De acordo com a primeira leitura do indicador divulgada nesta quinta-feira (28/07) pelo Departamento do Comércio dos Estados Unidos, o Produto Interno Bruto (PIB) do país registrou contração de 0,9% no segundo trimestre deste ano, em termos anualizados. Como a atividade econômica encolheu 1,6% nos três primeiros meses do ano, a maior economia do planeta teve dois trimestres consecutivos de retração, um critério normalmente utilizado por economistas para definir uma recessão técnica. O índice de preços de gastos com consumo (PCE) subiu à taxa anualizada de 7,1% entre abril e junho, replicando desempenho do primeiro trimestre. Já o núcleo do PCE, que desconsidera preços de alimentos e energia, avançou 4,4% no mesmo intervalo, após alta de 5,2% no trimestre anterior. Para a Capital Economics, a queda anualizada de 0,9% do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre nos Estados Unidos é decepcionante, mas não significa que a economia norte-americana esteja em recessão.

No geral, os dados confirmam que o crescimento subjacente desacelerou acentuadamente. No entanto, com as condições do mercado de trabalho ainda se mantendo firmes e a inflação muito alta, o Federal Reserve (Fed) não deve mudar seus planos de aperto monetário. A queda deveu-se em parte a uma grande influência na formatação dos estoques, enquanto a maioria dos outros indicadores, particularmente o emprego, mostra uma expansão contínua. As informações mostram que as taxas mais altas de juros e a inflação ascendente estão pesando na demanda. Neste sentido, espera-se uma recuperação suave do crescimento econômico no segundo semestre do ano. O recuo do PIB no segundo trimestre deveu-se, em parte, a um enorme arrasto de 2% da formação de estoques em ritmo mais lento, que foi apenas parcialmente compensada por um aumento de 1,4% do comércio líquido nos Estados Unidos.

Isto porque as exportações se recuperaram 18% enquanto as importações subiram 3,1%. Para a consultoria, as vendas finais para compradores domésticos privados permaneceram inalteradas no segundo trimestre, uma forte desaceleração em relação ao ganho de 3,0% no primeiro. O impacto mais claro das taxas de juros mais altas foi a enorme queda de 14% no investimento residencial, que ainda deve cair mais. A queda de 0,1% no investimento empresarial também é uma decepção, embora isso reflita em parte o impacto no investimento em equipamentos devido à escassez de automóveis, que deve reverter em breve. Para o Commerzbank, embora o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos tenha registrado dois trimestres consecutivos de contração, a maior economia do planeta não está em recessão.

Entre agentes dos mercados financeiros, dois trimestres seguidos de queda na atividade são suficientes para definir uma recessão, mas o Departamento Nacional de Pesquisa Econômica (NBER), responsável pela definição, utiliza critérios mais amplos. O órgão considera outros indicadores na avaliação, entre eles a chamada Renda Interna Bruta (GDI) e o desemprego. Portanto, é improvável que o NBER conclua que a economia norte-americana já estava em recessão no segundo trimestre. Para os próximos meses, no entanto, o cenário é mais incerto. Devido aos efeitos de amortecimento dos aumentos maciços das taxas de juros já implementados e dos aumentos previsíveis do Fed (que atualmente prioriza o combate à inflação), é improvável que a economia dos Estados Unidos evite uma recessão no início de 2023.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, reagiu ao resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do país, que encolheu a um ritmo anualizado de 0,9% no segundo trimestre. Segundo ele, não é surpresa que a economia esteja desacelerando à medida que o Federal Reserve (Fed) age para reduzir a inflação. O democrata argumentou que, apesar dos históricos desafios globais, a atividade econômica está no "caminho certo" e fará transição a um modelo de crescimento mais sustentável. Segundo ele, o mercado de trabalho permanece forte, com taxa de desemprego a 3,6% e criação de 1 milhão de empregos no primeiro trimestre. Biden lembrou ainda que o SK Group, da Coreia do Sul, investiu mais de US$ 200 bilhões na manufatura norte-americana. "Meu plano econômico está focado em reduzir a inflação, sem abrir mão de todos os ganhos econômicos que obtivemos", disse, exortando o Congresso a aprovar legislações propostas por ele. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.