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27/Jul/2022

Grãos: há dúvidas sobre as exportações ucranianas

Um dia após a assinatura do acordo entre Rússia e Ucrânia para a retomada das exportações de grãos em três portos ucranianos, os documentos já foram questionados por causa de um ataque de mísseis russos ao Porto de Odessa. Isso mostra o quão frágil é a esperança de que haja uma retomada rápida e suave das exportações de grãos da Ucrânia. O cumprimento do acordo seria necessário para que os preços do trigo caiam de forma duradoura. Segundo documentos assinados pela Ucrânia e pela Rússia, os pilotos ucranianos conduzirão os navios pelas minas marítimas até os portos onde serão carregados com grãos. Os navios carregados navegarão pelo Mar Negro através do Estreito de Bósforo até um posto de controle em um porto na Turquia. Depois de verificar o carregamento, eles devem seguir para o porto de destino. O acompanhamento deverá ser efetuado por um centro de coordenação conjunto, que deverá ser criado o mais rápido possível. O acordo tem validade de 120 dias, que pode ser prorrogada.

A expectativa das Nações Unidas é de que os embarques de grãos sejam retomados dentro de algumas semanas. Espera-se que estes retornem ao nível pré-guerra de 5 milhões de toneladas por mês. Atualmente, 20 milhões de toneladas da colheita do ano passado ainda estão armazenadas nos portos ucranianos. Além disso, a colheita de grãos deste ano começou há algumas semanas. A Ucrânia poderá exportar 60 milhões de toneladas de grãos nos próximos oito a nove meses se os portos não forem bloqueados. Caso contrário, levaria de 20 a 24 meses. A perspectiva de oferta adicional de grãos da Ucrânia já havia pressionado os preços do trigo nos dias anteriores à assinatura dos acordos. Na sexta-feira (22/07), os preços caíram significativamente mais uma vez com a confirmação.

Como a Ucrânia também é um grande exportador de milho, o seu preço também ficou sob pressão devido à perspectiva de retomada das exportações de grãos ucranianos. Após a assinatura dos dois acordos na sexta-feira (22/07), o contrato mais negociado na Bolsa de Chicago (dezembro) recuou ao menor nível em oito meses e meio. Soma-se à pressão de preços a previsão de temperaturas um pouco mais baixas e chuvas para as regiões produtoras de milho no Meio Oeste dos Estados Unidos, o que deve beneficiar o desenvolvimento das plantas do grão. Após o ataque russo, o preço do milho também voltou a subir. De acordo com relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos divulgado na segunda-feira (25/07), houve uma deterioração inesperadamente acentuada nas condições das safras do grão do país na semana passada. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.