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27/Jul/2022

Mercado de Carbono: créditos de remoção de CO²

A subsidiária brasileira da siderúrgica Aperam, fruto do desmembramento da unidade de inox da ArcelorMittal, fechou a venda de crédito de remoção de carbono no País, dois meses após alcançar o balanço de carbono neutro em sua unidade de Timóteo (MG). A compradora foi a canadense Invert Inc, especializada na remoção e compensação de emissões de gases de efeito estufa. A projeção do mercado é de que esse novo segmento de créditos de carbono movimente US$ 2 bilhões este ano e chegue a US$ 7 bilhões em seis anos. O valor da transação, a primeira do tipo no Brasil, somou R$ 610 mil (US$ 112 mil), mas o potencial é de que o novo braço de negócio possa chegar a uma receita extra de R$ 40 milhões anuais à siderúrgica. Há dez anos, a empresa vem pensando em migrar alto-forno de carvão mineral para o vegetal. Obter a neutralidade e concretizar essa venda faz parte de um único projeto.

No mundo, a forma mais utilizada para a produção do aço é por meio do alto-forno utilizando o coque (carvão mineral), que é muito poluente. Outra forma é por meio da sucata em fornos elétricos, mais utilizada em países desenvolvidos. A terceira é com o uso do carvão vegetal, mas sua utilização acaba restrita a operações de menor escala, como a da Aperam no Brasil, especializada em aços especiais e que produz 900 mil toneladas brutas ao ano. Com seis unidades no mundo, Lima lembra que a neutralidade de carbono não é uma realidade do grupo globalmente e que a unidade brasileira poderá ajudar nesse processo. A Aperam comprovou uma remoção de 1.122 toneladas de CO2 e a projeção é chegar a 40 mil toneladas, o que representaria cerca de R$ 40 milhões.

A BioEnergia, unidade onde está a floresta de eucaliptos da Aperam, no Vale do Jequitinhonha (MG), foi a primeira no setor siderúrgico a obter neutralidade de carbono. O cultivo de florestas renováveis e produção de carvão vegetal tem como objetivo a produção do Aço Verde Aperam, na usina de Timóteo (MG). A Fundação Getúlio Vargas (FGV) explica que no Brasil o mercado de carbono ainda não é regulado. No entanto, o desenvolvimento desse mercado começou, de forma voluntária, por razões de reputação corporativa. Como esse mercado no Brasil ele não é regulado, ninguém é obrigado a cumprir. Nos países onde há regulação, é estabelecido um teto para as emissões de carbono e liberada a compra por quem supera esse limite de créditos por aqueles que conseguiram cumprir a meta. O mercado irá de fato evoluir no Brasil quando essas regras estiverem escritas na Legislação. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.