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26/Jul/2022

Dólar fecha no menor valor desde o dia 11 de julho

Em baixa firme desde a abertura dos negócios nesta segunda-feira (25/07), o dólar aprofundou as perdas e encerrou a sessão em queda de 2,35%, cotado a R$ 5,36, o primeiro fechamento abaixo da linha de R$ 5,40 desde 11 de julho e maior tombo em um único pregão desde 10 de março (-2,50%). A divisa oscilou mais de R$ 0,10 entre a máxima (R$ 5,47), na abertura, e a mínima (R$ 5,36). O enfraquecimento da moeda norte-americana no exterior, em semana de decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), e a recuperação das commodities, na esteira de medidas de resgate ao setor imobiliário na China, abriram espaço para realização de lucros e redução de posições compradas (que ganham quando o dólar sobe) no mercado futuro. Esse movimento ganhou força na segunda etapa de negócios, com uma corrida por zeragem de posições turbinada pela liquidez reduzida.

Na semana passada, o dólar chegou a encostar, nas máximas, o patamar de R$ 5,50 e encerrou a sessão de sexta-feira (22/07) com valorização acumulada de 5,04% em julho. Havia, portanto, espaço para um ajuste de baixa assim que houvesse um ambiente mais ameno no exterior e arrefecimento das tensões locais. Segundo a Fair Corretora, o dólar sobe muito rápido quando tem estresse, mas também cai rapidamente quando o cenário melhora. Teve uma realização forte de ganhos com o mercado 'pequeno'. É muito caro carregar posição em dólar com o CDI alto. No exterior, o índice DXY (que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de divisas fortes) trabalhou em baixa de cerca de 0,25% ao longo da sessão abaixo da linha de 106,500 pontos, com uma leve recuperação do euro forte alta da libra. A moeda europeia ficou um pouco menos frágil após o Banco Central Europeu surpreender e elevar a taxa de juros em 50 pontos-base na semana passada.

O DXY não tombou mais porque o iene se fortaleceu após dois novos dirigentes do Banco do Japão acenarem em discurso de posse com possível mudança da política monetária expansionista. É amplamente majoritária a expectativa de que o Fed anuncie na quarta-feira (27/07) uma nova alta da taxa de juros em 75 pontos-base, após flerte momentâneo do mercado com a possibilidade de elevação em 100 pontos-base. As atenções estarão mais voltadas ao tom do comunicado e, sobretudo, a declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, em entrevista coletiva. Já há quem veja possibilidade de o Fed amenizar o discurso contra a inflação em meio a indicadores que mostram enfraquecimento de indústria e serviços nos Estados Unidos. Na ponta oposta, o mercado de trabalho segue com desempenho robusto. Na quinta-feira (28/07), será divulgado o resultado preliminar do PIB dos Estados Unidos no segundo trimestre, após retração de 1,6% no primeiro.

O comportamento do dólar no Brasil vai depender muito da decisão do Fed. Mas, o cenário ainda é de dólar para cima. Pode voltar a R$ 5,50 porque o Brasil tem questões fiscais e políticas, com a eleição se aproximando. O dólar também caiu em bloco frente a divisas emergentes e de países exportadores de commodities. O Real, que vinha apanhando mais, exibiu os maiores ganhos, seguido do peso chileno, com alta superior a 1%. As cotações do petróleo subiram, com o tipo Brent para outubro, referência para a Petrobras, em alta de 1,84%, a US$ 100,19 por barril. O minério de ferro negociado em Qingdao, na China, avançou 1,24%, após circularem informações de que o governo chinês pode lançar um fundo imobiliário de até US$ 44 bilhões para lidar com a crise das incorporadoras. Para o Banco Ourinvest, eventuais estímulos econômicos na China e a perspectiva de melhora de preços de commodities abriram espaço para uma recuperação das moedas emergentes da qual o Real se beneficiou.

Além disso, melhorou a expectativa de fluxo de capital para o Brasil depois que os Estados Unidos e o Reino Único revogaram medidas restritivas a exportação de aço brasileiro. Isso ajudou a animar o mercado. A Armor Capital observa que o Real não conseguiu aproveitar o tropeço da moeda norte-americana no exterior na semana passada, na esteira de dados fracos de atividade nos Estados Unidos e da decisão do BCE de subir os juros em 50 pontos. O Real sofreu em razão da queda dos termos de troca, mas principalmente por conta do cenário político conturbado e dos riscos fiscais. O cenário para taxa de câmbio brasileira segue de alta volatilidade no curto prazo, porém há um maior número vetores para manutenção de um nível depreciado da moeda do que de vetores de apreciação. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.