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26/Jul/2022

Economia global mudando a favor dos emergentes

Segundo informou o Novo Banco de Desenvolvimento dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), durante reunião do Conselho de Economia da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), o crescimento econômico dos países emergentes é uma nova tendência no cenário mundial. Nesse contexto, a soma do Produto Interno Bruto (PIB) do chamado E7, grupo que reúne as sete maiores economias emergentes do mundo (China, Índia, Brasil, Indonésia, Rússia, México e Turquia) já ultrapassa, em grande escala, o total do PIB das economias do G7. Está havendo mudanças na economia global a favor dos grandes países emergentes. É o fato mais dinâmico e importante que acontece hoje no mundo e que traz oportunidades extraordinárias para o Brasil. Mesmo nesse ano difícil de 2022, o PIB do E7, medido pela paridade do poder de compra (PPC), será de US$ 60 trilhões, enquanto o PIB do G7 (que reúne Estados Unidos, Japão, Reino Unido, Alemanha, Canadá, França e Itália), com base no PPC, será de US$ 49 trilhões.

Nas próximas décadas, o Brasil terá uma janela de oportunidades, através da qual irá conseguir acumular excedentes por meio de suas exportações nos setores onde o País tem vantagens comparativas. Mas, ainda há o desafio de exportar com maior agregação de valor. A reconfiguração das cadeias globais de valor poderá favorecer o País, dependendo do fluxo de suas relações internacionais de comércio. Em 2021, o Brasil registrou recordes históricos das exportações e do superávit comercial. Outro aspecto ressaltado foi a mudança observada em algumas economias, que deixaram de focar nas atividades baseadas no baixo custo da remuneração da força de trabalho, para se tornarem economias intensivas em tecnologia, como no caso da China. Dessa forma, muitas empresas saíram do país para continuar atuando em setores intensivos de trabalho no Vietnã, em Myanmar ou Bangladesh, por exemplo. O movimento de reconfiguração da demanda foi também outro fator de mudança no contexto econômico global. O fluxo comercial do Brasil com a China em 2001 era de US$ 1 bilhão por ano e hoje é de US$ 1 bilhão a cada 60 horas. Nos próximos 10 anos, a China vai importar US$ 25 trilhões, ou seja, US$ 2,5 trilhões ao ano.

Se o Brasil mantiver a mesma faixa percentual que ele ocupa no total das compras externas chinesas, que é de 4%, vai vender US$ 100 bilhões ao ano. Em 2021, as vendas para China já chegaram a US$ 80 bilhões. Hoje, o Brasil exporta mais para a China do que para a União Europeia, Estados Unidos e América do Sul juntos. Exporta mais para Bangladesh do que para a Dinamarca, Austrália e Israel juntos. Exporta mais para a Malásia do que para a Itália, mais para a Tailândia do que para a França. O País tem uma grande tendência para receber investimentos estrangeiros diretos, como no caso dos Emirados Árabes e da Arábia Saudita. Nos últimos cinco anos, a economia da Índia cresceu mais do que a China. O comércio bilateral do Brasil com a China está hoje em torno de US$ 140 bilhões ao ano e com a Índia está em US$ 9 bilhões, ou seja, há um espaço gigantesco para aumentar com esse país. O crescimento das economias também leva a um aumento da renda per capita, fazendo com que as pessoas multipliquem a ingestão de alimentos e calorias. Esse contexto favorece a ampliação dos investimentos em infraestrutura.

O setor sofreu mudanças com os avanços tecnológicos. O mundo vai precisar de comida e infraestrutura. A tecnologia está rompendo com a divisão de setor primário, secundário e terciário. Hoje, há muito mais tecnologia embutida num grão de soja do que em uma peça de manufatura. O Novo Banco de Desenvolvimento do BRICS é o símbolo das economias emergentes. É nesse banco multilateral que o Brasil tem o seu maior patrimônio acionado. A instituição aprovou recentemente um acordo de R$ 1 bilhão com o Banco do Brasil na área de infraestrutura para o financiamento de sistemas de irrigação em propriedades rurais. Além disso, dos R$ 170 bilhões em recursos que o banco está disponibilizando para o financiamento com foco em infraestrutura para o setor privado nos próximos cinco anos, pelo menos R$ 20 bilhões serão aplicados no Brasil (neste período, serão R$ 4 bilhões ao ano). O setor privado passou a ser um grande agregador de valor. Fonte: SNA. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.