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26/Jul/2022

PEC dos Benefícios: pressão sobre preços e inflação

Com a criação e a ampliação de auxílios a famílias carentes, caminhoneiros e taxistas a partir da aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) dos benefícios, o governo injeta na economia R$ 41 bilhões que, pelas restrições financeiras do público beneficiado, devem se converter totalmente em consumo. É de se esperar, assim, pressão sobre os preços. Entre os resultados previstos por economistas, esses recursos podem fazer com que a inflação continue alta nas regiões do País mais dependentes de programas sociais. A inflação dos serviços, já em aceleração e a qual o Banco Central (BC) é sensível nas decisões sobre os juros, tende também a ganhar novo impulso, não apenas pela renda adicional gerada pelo pacote, mas também pela possibilidade de a economia com os combustíveis, agora mais baratos, ser direcionada a gastos em restaurantes, salões de beleza e viagens, entre outros.

A depender de como a conta é feita e das variáveis consideradas, as estimativas de economistas variam bastante, indo de impactos marginais, praticamente desprezíveis, à eliminação de quase toda a contribuição vinda do corte de impostos estaduais, dado o teto do ICMS, e federais aplicados nas vendas de gasolina e etanol. Há, porém, consenso na avaliação de que o pacote de bondades anula, no mínimo, os efeitos secundários, isto é, o repasse aos demais produtos, da redução do ICMS da energia, sobre a qual o imposto cobrado pelos Estados também passou a ter um teto de 17%. A liberação de recursos a populações com alta propensão a consumir, como a antecipação do 13º salário a aposentados e a autorização de saques de até R$ 1.000,00 do FGTS, ajudou a dar um fôlego aos preços que não estava nas previsões do mercado no início do ano, levando o IPCA ao pico de pouco mais de 12% em 12 meses até abril.

O Ministério da Cidadania antecipou o calendário de pagamento dos benefícios do Auxílio Brasil referente ao mês de agosto. De acordo com instrução normativa publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira (25/07), as parcelas serão pagas a partir do dia 9 do mês, a depender do Número de Identificação Social (NIS) do beneficiário. Antes da mudança, os pagamentos seriam feitos nos últimos dez dias úteis de cada mês. O calendário do restante do ano não foi alterado. Os beneficiários do Auxílio Brasil, programa que substituiu o Bolsa Família, recebem em média R$ 400,00 mensais. Depois da aprovação da chamada PEC dos Benefícios, o valor passará a ser de R$ 600,00 mensais, mas a parcela turbinada só será desembolsada pelo governo de Jair Bolsonaro de agosto a dezembro deste ano eleitoral. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.