ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

25/Jul/2022

Preços de commodities elevados até início de 2023

Segundo a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), ainda que sofram alguma acomodação, as cotações da maior parte das commodities devem continuar em patamares elevados no segundo semestre e início de 2023, favorecendo as exportações brasileiras. A entidade reduziu a projeção de queda do superávit comercial brasileiro em 2022 para 11,6%, ao estimar um saldo de US$ 54,126 bilhões para a balança comercial. Em dezembro, na tradicional previsão para o ano seguinte, a AEB havia projetado uma queda de 39,7%, com superávit de US$ 34,5 bilhões. Os preços das commodities já vinham em alta no início do ano com o arrefecimento da pandemia, mas ficaram sobrevalorizados com a guerra na Ucrânia. Entre março, ainda no começo da guerra, e julho, o petróleo, um dos principais produtos da pauta brasileira, subiu 31%. Entre janeiro de 2021, ainda no meio da pandemia e julho de 2022, essa alta foi de 68%.

Outros produtos, como grãos, também viram o preço subir. É o caso da soja e do milho, este particularmente sensível à guerra porque a Ucrânia é grande produtora. A soja, que deve voltar a ser o produto mais relevante da pauta de exportação brasileira este ano sofreu leve desvalorização na semana passada em função da entrada no mercado da safra norte-americana, mas deve continuar com os preços altos. A projeção é de valorização de 29,7% nas cotações este ano, na comparação com 2021. Um provável acordo entre Ucrânia e Rússia para escoar a produção de locais conflagrados favorece a tendência de queda gradual dos preços nos próximos meses, mas nada perto das variações bruscas que se verificam para o petróleo, por exemplo. O milho teve aumento de preço próximo de 50% e agora vai ter de devolver pouco a pouco essa diferença.

Mesmo com alguma acomodação à frente, o cenário está bom para o Brasil este ano e início de 2023, porque será possível vender produtos com preços em patamares elevados. Uma exceção tem sido o minério de ferro, cujos preços estão recuando sobretudo em função do rebaixamento da demanda na China, ainda às voltas com lockdowns temporários, sinônimo de freio à atividade econômica. Nessa linha, a AEB projeta uma desvalorização de 25,4% na cotação média do minério de ferro este ano. Apesar de a pandemia ter arrefecido seus efeitos negativos, continua sendo fator de incertezas em 2022, com a economia e o comércio mundial ainda impactados, direta e indiretamente, pela Covid-19, provocando ajustes econômicos e iniciativas temporárias em cada país, afetando seus níveis de desenvolvimento, empregos e investimento. Com relação ao câmbio, a previsão é de altas e baixas em 2022 devido ao horizonte de incertezas, mas oscilando entre o mínimo de R$ 4,70 e o máximo de R$ 5,50, sendo R$ 5,20 a taxa mediana.

Com relação às importações, que devem ser recordes este ano, a entidade lamenta o avanço de produtos industrializados, de maior valor agregado, na pauta brasileira. Produtos advindos da indústria de transformação já são mais de 85% das importações brasileiras e veem seu montante aumentar na esteira da valorização desses produtos. Segundo o governo, nos últimos cinco meses, os preços médios de importação têm crescido em torno de 35% a cada mês, enquanto os de exportação, algo em torno de 20%. Significa dizer que o Brasil não vende muito bem seus produtos e compra muito mal suas importações. O resultado vem na piora da balança comercial de manufaturados. Em 2021, foi registrado déficit de US$ 111,3 bilhões e deve alcançar US$ 120 bilhões este ano. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.