ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

25/Jul/2022

Brasil: projeção de receita recorde com exportações

Em função da elevação das cotações das commodities, a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) projeta montantes recordes tanto para exportações quanto importações brasileiras em 2022. Caso concretizadas, as projetadas exportações de US$ 319,4 bilhões vão estabelecer novo recorde, superando em 13,8% os US$ 280,6 bilhões realizados em 2021. Por trás do movimento, é destaque a valorização das cotações internacionais do petróleo bruto, soja em grão, milho, café e óleos combustíveis, produtos que o Brasil manda para o exterior em grande quantidade. Se confirmadas as projeções, o Brasil deve avançar quatro posições no ranking mundial de exportação, saltando do 26º lugar para a 22ª posição. Ainda assim, a AEB aponta que as projeções de valores envolvidos poderiam ser ainda melhores, não fosse a expectativa de redução nos volumes exportados para os três principais produtos da pauta brasileira na comparação com 2021: minério de ferro (-10,4%), petróleo (-7,9%) e soja em grão (-12,8%).

Com relação ao minério de ferro, a variação negativa também vem na cotação projetada. Em 2021, o preço médio do produto ficou em US$ 125,00 por tonelada, mas a projeção para a cotação média é de US$ 93,30 por tonelada para 2022. Somada à queda de volume, isso representa redução de quase US$ 15 bilhões nas exportações ante 2021. Para o petróleo e a soja, as cotações mais altas compensam a perda no volume projetado. No primeiro caso, o preço esperado é de US$ 625,20 por tonelada do petróleo este ano, ante US$ 449,00 por tonelada em 2021. Para a soja, a cotação média projetada para 2022 é de US$ 582,60 por tonelada, ante US$ 449,00 por tonelada no ano passado. Isso significaria valorização de 29,7%, capaz de compensar em termos de faturamento a queda do volume exportado de 86 milhões de toneladas, em 2021, para cerca de 75 milhões de toneladas projetadas para este ano.

Com o mau desempenho do minério de ferro nos dois parâmetros, a soja em grão deve retomar a liderança das exportações brasileiras, com resultado de US$ 43,698 bilhões. Chama a atenção o fato de os três principais produtos de exportação, soja, petróleo e minério de ferro, que representam mais de 35% das exportações totais do Brasil, projetarem queda em seus volumes de exportação, impactando a receita total de exportações, reduzindo o superávit comercial e limitando o crescimento da corrente de comércio. Do lado das importações, a expectativa de recorde é ainda mais inédita. A previsão de US$ 265,3 bilhões, alta de 21% ante 2021, pode ser um novo recorde, superando o montante de 2013 (US$ 239,6 bilhões). O movimento também se deve às expressivas altas de preço em bens da indústria de transformação no mundo.

Confirmadas as projeções, o Brasil saltaria do 29º lugar para a 24ª posição no ranking mundial de importações. Na prática, porém, esse desempenho esperado só reforça provável piora no resultado da balança comercial de manufaturados, que tende a subir dos US$ 111,3 bilhões registrados em 2021, para projetados US$ 120 bilhões, também um novo recorde. Esse resultado negativo da balança comercial de produtos manufaturados mantém sua contínua queda de participação na pauta de exportações, que após atingir 59% no ano 2000, atualmente representa 28,5%, ou seja, queda de participação acumulada de 51,7%, significando importante perda de divisas e empregos qualificados. Por fim, chama a atenção o provável recorde na corrente de comércio, projetada em US$ 584,816 bilhões este ano, e que supera a corrente de US$ 500,042 bilhões apurada em 2021. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.