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25/Jul/2022

Taxa de juros alta limita o crescimento econômico

A continuidade da alta da taxa básica de juros (Selic) prevista pelo mercado para os próximos meses vai frear o movimento de recuperação da atividade econômica e dos empregos verificada nos últimos meses. É um remédio amargo, mas necessário, na visão de economistas. O juro mais alto gera uma desaceleração da economia no curto prazo, mas, se o Banco Central (BC) for bem-sucedido em controlar a inflação, vai favorecer o crescimento da economia no longo prazo. A sequência da alta dos juros, em princípio até outubro, é a única alternativa para que o Banco Central consiga levar a inflação para perto da meta em 2024. Neste ano já é quase certo que não será possível e, para alguns economistas, também será difícil no próximo. O Santander prevê para este ano inflação de 7,9%, caindo a 5,7% no próximo e a 3% em 2024. As taxas de juros projetadas para esses anos são, respectivamente, 14,25%, 12% e 9%.

A expectativa é de que o ciclo de alta termine a partir de outubro e que a taxa de 14,25% se mantenha até meados de 2023, para então começar a cair. Para o consumidor, com a Selic nesse patamar o juro real deve ficar na casa dos 9% a 10% ao ano, mas esse efeito não é imediato. Hoje está em 8%. A Tendências Consultoria ressalta que o ajuste fatalmente vai contribuir com o esfriamento da atividade econômica, que teve desempenho no primeiro semestre acima do esperado. O Banco Central não pode ficar esperando a inflação cair por conta própria e vai continuar posicionando a Selic em um patamar contracionista. Boa parte da inflação é resultante de um movimento externo global e é importante que outros bancos centrais também estejam nesse processo de aperto monetário.

Apesar de o aumento dos juros internacionais exportar inflação para o Brasil via câmbio, o aperto vai ajudar o Brasil ao atacar a origem das pressões inflacionárias, que é o fato de a demanda mundial estar correndo acima da oferta. Para o Credit Suisse, a desaceleração da demanda global vai derrubar os preços das commodities e de outros produtos, e é o que precisa de fato ser feito para combater a alta da inflação. No Brasil, a inflação de curto prazo deve cair com a medida que reduz impostos sobre os combustíveis, mas vai piorar muito o cenário para 2023 se medidas como as que estão sendo adotadas agora não forem postas em prática pelo Banco Central. Para 2023, o Credit Suisse estima redução de 3% da Selic, que terminaria o ano em 11,25%. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.