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25/Jul/2022

Inflação: projeções do BC e do mercado descoladas

Nos últimos meses, as projeções do Banco Central (BC) e de economistas do mercado financeiro para a inflação em um horizonte de dois anos têm se distanciado, e a diferença entre elas está hoje no pior nível desde março de 2021, quando a autoridade monetária começou o ciclo de alta de juros. Enquanto o Banco Central ainda vê espaço para reduzir a inflação de 2023 e levar o IPCA para o nível próximo à meta (3,25%) após dois anos de estouro, o caso é dado como perdido pela maioria dos bancos e consultorias. Para a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Banco Central e o mercado financeiro enxergam os mesmos fatores que podem pressionar os preços, mas com magnitudes diferentes.

Os lockdowns na China em razão da Covid-19, a guerra na Ucrânia, o aumento de juros nos Estados Unidos, as eleições no Brasil com gastos fiscais e a PEC "Kamikaze" entraram no radar de todos. Mas, o mercado pode estar sendo mais preciso desta vez. A FGV estima que a inflação termine em 7,5% neste ano e em até 5,7% no ano que vem. O Banco Central argumentou que o modelo usado pelo órgão tem diferenças de premissas. A principal é a hipótese (adotada pelo BC desde março) de menor volatilidade do preço do petróleo até o fim do ano, que até agora não convenceu o mercado. Há discrepâncias também na análise da trajetória de preços de bens industriais e na definição da taxa de juros considerada neutra (aquela que nem restringe nem estimula a atividade econômica), para o BC, agora em 4%.

Para a Tendências Consultoria, a economia sofreu uma mudança estrutural na pandemia, o que significa que os pesos de cada item na cesta de inflação podem ter de ser revisados até que uma sintonia fina encontre a nova realidade. Os choques têm sido mais prolongados, e os modelos têm tido dificuldade em captar essa mudança. A Constância Investimentos avalia que o cenário mais provável é algo no meio do caminho entre o cenário do Banco Central e as projeções mais recentes do mercado para a inflação de 2023, já na casa de 5,6%. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.