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22/Jul/2022

Mercosul: Argentina defendendo a união do bloco

Sem a presença do presidente Jair Bolsonaro com os principais acordos já anunciados no dia 19 de julho, a 60ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul teve como destaque o embate entre os presidentes de Uruguai e Argentina sobre os planos do governo uruguaio em conduzir negociações bilaterais para um acordo de livre comércio com a China. Desde o ano 2000, as regras do Mercosul obrigam os países a apenas negociarem de maneira conjunta acordos dessa natureza. O presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, que assume a presidência rotativa do bloco, lembrou que o país concluiu na semana passada o estudo de viabilidade para iniciar as negociações com a China e que, de fato, devem começar em breve. Ao finalizar esta etapa, o Uruguai pretende chamar os sócios do Mercosul para continuar com uma negociação conjunta.

Ainda assim, o presidente uruguaio sustentou que o país tem o direito de prosseguir nas negociações bilaterais com o gigante asiático. Segunde ele, é um interesse coletivo do Uruguai, porque não é uma iniciativa deste governo, mas de dois ou três governos atrás. É um desejo nacional avançar neste sentido e, se for possível com os sócios do Mercosul, melhor. Os países serão convidados, mas se não for o desejo dos demais, o Uruguai vai avançar sozinho. Lacalle Pou adiantou que, além da China, o Uruguai tem uma agenda para avançar em negociações bilaterais com outros blocos e países, como a Turquia. O Mercosul será avisado imediatamente quando houver avanços. Já o presidente da Argentina, Alberto Fernández, renovou a defesa das negociações em bloco, citando o acordo anunciado nesta semana entre Mercosul e Singapura. Para o presidente argentino, manter o grupo unido é fundamental para enfrentar os desafios econômicos e geopolíticos trazidos pela pandemia de Covid-19 e pela guerra entre Ucrânia e Rússia.

Segundo Fernández, a grande preocupação do mundo desenvolvido é de onde vão tirar alimentos e energia. Se o Mercosul souber se colocar, será uma oportunidade única. Inclusive, eticamente, o bloco tem que se colocar de acordo para produzir os alimentos que o mundo precisa, argumentou. A América do Sul tem o que o mundo busca, mas, se não houver união, será um grande erro. Fernández pediu que os demais países do Mercosul, sobretudo o Uruguai, não se iludam com a ideia de se buscarem soluções individuais para problemas que atingem a todos. Após o êxito do acordo com Singapura, poderia haver uma análise em conjunto do acordo com a China, sugeriu Fernández. Assim, o acordo seria muito mais forte. A Argentina está aberta para analisar as oportunidades, concluiu. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.