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21/Jul/2022

Dólar fecha no maior valor desde o dia 24 de janeiro

Após algumas trocas de sinal, o dólar se firmou em alta nesta quarta-feira (20/07) acompanhando a onda de fortalecimento da moeda norte-americana tanto em relação a divisas fortes, em especial o euro, quanto emergentes. Entre mínima a R$ 5,39 e máxima a R$ 5,47, o dólar encerrou em alta de 0,74%, cotado a R$ 5,46, o maior valor de fechamento desde 24 de janeiro (R$ 5,50). Assim, a divisa passou a acumular valorização de 4,31% em julho, após ter fechado junho com alta de 10,15%. No exterior, o índice DXY (que mede o desempenho do dólar frente a seis divisas forte) voltou a subir, trabalhando a maior parte do dia acima da linha dos 107 pontos. O dólar também avançou em relação à maioria das divisas emergentes e de países exportadores de commodities, incluindo pares do Real como os pesos chileno e mexicano, além do rand sul-africano. O euro apanhou na véspera da reunião do Banco Central Europeu (BCE) em que deve ser anunciada a primeira alta de juros na região em 11 anos.

Embora o consenso seja de elevação em 25 pontos-base, havia forte especulação de uma alta de 50 pontos-base. A economia da Europa sofre os efeitos ao mesmo tempo recessivos e inflacionários da escalada dos preços de energia em razão da guerra na Ucrânia. A Comissão Europeia anunciou nesta quarta-feira (20/07) o plano para reduzir o consumo de gás na União Europeia em 15% até março de 2023, dados os riscos de fornecimento pela Rússia. Um eventual corte total do fornecimento da commodity reduziria o Produto Interno Bruto (PIB) da União Europeia em até 1,5%. As cotações do petróleo fecharam em queda, com o contrato do tipo Brent para setembro, referência para a Petrobras, em baixa de 0,40%, a US$ 106,92 por barril. Segundo o Banco Ourinvest, na ausência de indicadores domésticos relevantes, o mercado basicamente operou de olho no exterior, sobretudo na Europa, que pode mergulhar em uma recessão em meio a um quadro de inflação global muito forte.

As atenções estão voltadas para a Europa, com o risco de racionamento de gás e a decisão do BCE nesta quinta-feira (21/07). Existe um movimento de aversão ao risco que fortalece a moeda norte-americana. Isso fez o dólar subir no Brasil e se aproximar de R$ 5,50. Em tal ambiente, a alta de 1,52% no minério de ferro em Qingdao, na China, e promessas do governo chinês de estímulo à atividade econômica para atingir metas de crescimento não foram suficientes para estimular o apetite pelo Real. Até porque as ações da Vale, que apresentou dados fracos no segundo trimestre, reduzirem a atratividade da bolsa brasileira. Como previsto por analistas, o Banco do Povo da China (PBoC) manteve as taxas básica de um ano e de cinco anos estáveis. O gigante asiático volta a sofrer com problemas no setor imobiliário, com incorporadoras endividadas e mutuários boicotando o pagamento de hipotecas de imóveis cuja construção ainda não foi concluída.

No Brasil, o Banco Central informou que, após encerrar março com entradas líquidas de US$ 2,851 bilhões, o fluxo cambial foi positivo em US$ 7,727 bilhões, resultado de saída líquida de US$ 3,683 bilhões pelo canal financeiro e entrada de US$ 11,410 bilhões do lado comercial. Mesmo com nova atualização, os dados de fluxo cambial ainda estão atrasados devido à greve dos servidores do Banco Central, encerrada no dia 5 de julho. Nesta quarta-feira (20/07), deveriam estar disponíveis os resultados até o dia 15 deste mês. O Travelex Bank observou que desde o dia 11 de julho, o Real apresenta depreciação frente ao dólar maior que a de outras divisas. Então, há um componente maior de aversão ao risco local. Por outro lado, o Instituto Finanças internacionais (IIF) afirmou que o tombo do Real não diz respeito ao que acontece no Brasil. O fato de a taxa de câmbio ter voltado para R$ 5,40 está ligado ao aumento do risco de recessão global, que está pesando sobre os preços globais das commodities. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.