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20/Jul/2022

Alimentos seguem pressionando índice de inflação

A redução dos preços da conta de luz, da gasolina e do etanol após a ação do governo federal para reduzir tributos (tanto federais quanto estaduais) já produz os primeiros alívios na inflação ao consumidor, mas o encarecimento de outros itens, como alimentos, poderá atrapalhar a sensação positiva. O preço médio semanal da gasolina no Brasil acumulou a quarta queda consecutiva, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Baixou 6,5% em média na semana de 10 a 16 de julho, para R$ 6,07 por litro. Novas reduções deverão vir, já que São Paulo e Minas Gerais anunciaram corte no ICMS sobre o etanol.

A tarifa de eletricidade residencial recuou 2,29% pelo Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) da segunda quadrissemana de julho, divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), ajudando o indicador a ficar em 0,24%. Como contraponto, no Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10) de julho, também divulgado pela FGV, Alimentação foi a única das oito classes de despesa que acelerou no mês. Na média, subiu 1,48%, ante 0,42% em junho. O item laticínios saltou 8,81%. O leite longa vida ficou 16,74% mais caro. Ainda assim, a expectativa é de deflação (queda de preços) em julho. Graças às desonerações, economistas preveem queda de 0,46% no IPCA (o índice oficial de inflação) de julho, conforme o Relatório de Mercado Focus divulgado na segunda-feira (18/07) pelo Banco Central.

Um mês atrás, antes da definição sobre a redução de tributos, apontava para alta de 0,43%. A FGV acredita que a queda nos índices de preços ao consumidor poderá chegar a 1%, em julho, mas será muito concentrado em energia e gasolina. Os índices agregados recuam porque os combustíveis e a conta de luz, juntos, respondem por cerca de 10% da cesta de compras média. Mesmo assim, há riscos à frente. O principal está associado à perspectiva de alta do dólar. Para combater a maior inflação em 40 anos, o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) vem subindo os juros, o que tende a atrair os fluxos de capital globais para os Estados Unidos, encarecendo o dólar no mundo todo. No Brasil, a alta pode ser turbinada por perspectivas de aumento no desequilíbrio das contas do governo.

Uma alta mais expressiva do dólar moderaria o alívio com a queda nas cotações internacionais das matérias-primas, como minério de ferro, trigo, soja, milho e petróleo. O câmbio afeta os preços dos alimentos, pois milho, soja, carnes e trigo são cotados em dólar, mesmo o Brasil sendo grande produtor. E os preços de alimentos afetam, principalmente, os orçamentos das famílias de menor renda, o que poderá fazer com que o alívio nos combustíveis seja mais sentido entre as famílias de maior renda, que têm carro particular. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) observa que, além de eventual alta do dólar, há risco na retomada do setor de serviços no pós-pandemia, na esteira da recuperação da massa salarial. Com negócios como bares e restaurantes voltando a funcionar normalmente, os preços desses serviços devem continuar a subir. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.