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18/Jul/2022

Falta de profissionais de TI é entrave para o Brasil

A falta de profissionais na área de tecnologia da informação, a chamada TI, é um entrave para o desenvolvimento do País. O mais recente alerta para esse problema, motivo de preocupação de empresários e entidades científicas, partiu do vice-presidente executivo da Microsoft, Jean-Philippe Courtois. Em visita ao Brasil, ele destacou que o déficit de mão de obra especializada é um enorme obstáculo para o crescimento econômico brasileiro. De fato, a situação é alarmante. De um lado, há uma crescente digitalização das atividades em todos os setores da sociedade, o que só aumenta a demanda por trabalhadores de TI. De outro, o número de profissionais formados no País fica abaixo da demanda, sem falar no vasto contingente de brasileiros recrutados por empresas estrangeiras, seja para empregos remotos ou para morar no exterior.

A Microsoft chamou a atenção para uma agravante: a pandemia de Covid-19 levou outros setores da economia a acelerar processos de digitalização. De modo que a falta de pessoal não se restringe a empresas da área tecnológica nem a profissionais com alto nível de especialização, como cientistas de dados e arquitetos de nuvens. O uso de ferramentas digitais, hoje em dia, é uma realidade para todo tipo de profissional: de balconistas a atendentes de telemarketing ou trabalhadores da agricultura. As necessidades digitais, agora, atravessam toda a economia. Na verdade, empresários e gestores já sabem há um bom tempo que há dificuldade na contratação de funcionários, dada a falta de qualificação de boa parte da mão de obra no País.

Em dezembro, a Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais (Brasscom) projetou déficit de 530 mil profissionais da área de tecnologia da informação e comunicação (TIC) até 2025. A estimativa é resultado de uma conta que não fecha: enquanto os cursos de perfil tecnológico formam 53 mil pessoas por ano, a demanda anual média do setor produtivo gira em torno de 159 mil profissionais. Ora, o levantamento da Brasscom jogou luz sobre um problema estrutural que deveria ser objeto de efetivas políticas educacionais e de qualificação de trabalhadores. No momento em que a economia brasileira convive com mais de 10 milhões de desempregados, é preciso urgência para ampliar a capacidade de formação de profissionais da área de tecnologia.

Sim, impedir que se confirme a projeção de meio milhão de vagas não preenchidas nos próximos anos deveria converter-se em obsessão nacional, a começar pelos gabinetes do Poder Executivo em Brasília. O mercado de trabalho vive profunda transformação. Cada vez mais, a empregabilidade está associada a habilidades e competências que somente um sistema de ensino qualificado é capaz de prover. E isso vale não só para a educação básica, incluindo o ensino técnico, mas também para o ensino superior. Recentemente, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou documento com propostas para os pré-candidatos a presidente da República na área da educação. O texto faz referência à crescente complexidade das habilidades necessárias para quem busca emprego em meio a tantos avanços tecnológicos.

Nesse cenário, habilidades como pensamento crítico e resolução de problemas ganham importância cada vez maior, conforme apontou, já em 2020, o relatório The Future of Jobs (O futuro dos empregos, em tradução livre), lançado no Fórum Econômico Mundial daquele ano. No Brasil, o desafio é dobrado, na medida em que o déficit de profissionais da área de tecnologia da informação se soma a históricos índices de baixa escolarização e pouca aprendizagem. Como lembra o documento da CNI, a população acima de 18 anos que não completou sequer o ensino médio chegava a 66 milhões de pessoas no ano passado. Eis um número que deveria tirar o sono de quem administra o País. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.