12/Jul/2022

A Amazônia viu 3.988 quilômetros quadrados de sua floresta tombar nos seis primeiros meses de 2022. O desmatamento é o maior já registrado para esse período desde 2016, início da série histórica realizada pelos sistemas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia. O que ocorreu no primeiro semestre de 2022 é praticamente o triplo do volume registrado no mesmo intervalo de 2017, quando o desmatamento chegou a 1.332 Km² na região.

É o quarto ano seguido com recordes no período e supera em 10,6% a área devastada nos seis meses iniciais de 2021. O governo Jair Bolsonaro tem sido cobrado no Brasil e no exterior pelo aumento do desmate. Junho também teve a pior marca da série histórica. Foram devastados 1.120 Km² no mês na Amazônia, 5% a mais que em junho de 2021. Os Estados mais desmatados no mês passado foram o Amazonas (401 Km²) e o Pará (381 Km²).

O desmatamento no Cerrado atingiu 1.026 Km² só no mês de junho, mais que o dobro de 2021 (485 Km²) e 2020 (427 Km²), aumento de 111,5% em comparação a junho do ano passado. Entre o início de janeiro e o fim de junho foram devastados 3.638 Km² no Cerrado, aumento de 44,5% em comparação aos seis primeiros meses de 2021, quando foram destruídos 2.518 Km². Esse resultado reforça a tendência de crescimento do desmatamento na Amazônia, percebida desde 2019.

Segundo a Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, que reúne mais de 280 representantes de agronegócio, ambiente, finanças e academia, o enfraquecimento institucional dos órgãos de fiscalização, a ausência de ações planejadas e integradas de combate aos crimes ambientais e o discurso de autoridades públicas opondo a proteção da floresta ao desenvolvimento da região são as causas dessa tragédia anunciada.

A Vice-Presidência da República informou, em nota, que efetivamente se observa um crescimento da taxa de desmatamento no período e que não há impunidade ou omissão aos crimes ambientais apurados. O Ministério do Meio Ambiente afirmou que o governo tem sido extremamente contundente no combate aos crimes ambientais. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.