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11/Jul/2022

Dólar tem recuo com recuperação de commodities

O dólar emendou na sessão de sexta-feira (08/07) o segundo pregão consecutivo de queda firme e encerrou a semana passada com recuo de 1%, voltando a ser negociado abaixo da linha de R$ 5,30. No momento de mais estresse, no dia 6 de julho, a divisa chegou a tocar R$ 5,46 e fechou acima da linha de R$ 5,40, níveis de fins de janeiro. O ambiente de recuperação de preços de commodities e a diminuição da busca pela moeda norte-americana no exterior, dada a redução dos temores de recessão nos Estados Unidos, abriram espaço para ajustes e realização de lucros no mercado doméstico de câmbio. Também haveria redução das incertezas fiscais com a perspectiva de aprovação da PEC dos Benefícios na Câmara dos Deputados nesta semana sem inclusão de mais benesses em relação ao texto que saiu do Senado. Afora uma alta pontual, na esteira da divulgação de dados fortes do mercado de trabalho dos Estados Unidos em junho, o dólar operou com sinal negativo ao longo de toda a sessão de sexta-feira (08/07). Entre mínima a R$ 5,26 e máxima a R$ 5,36, a moeda fechou cotada a R$ 5,26, em baixa 1,44%.

Apesar de acumular queda de 2,83% em dois pregões e ter encerrado a semana passada com perda de 1%, o dólar ainda apresenta valorização em julho (+0,63%). O Real tenta se recuperar após encostar em R$ 5,46 na semana passada com receios em relação ao quadro fiscal brasileiro. Segundo a Venice, o cenário é de muita volatilidade, mas o câmbio estava bastante exagerado e poderia sofrer um ajuste a qualquer momento. Parece que R$ 5,45 é uma barreira técnica para o dólar buscar patamares mais elevados como em dezembro de 2021. No exterior, o índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a seis divisas fortes, teve leve queda, mas ainda em níveis elevados, no limiar dos 107,000 pontos. Em relação a divisas emergentes e de países exportadores de commodities, o dólar teve comportamento misto, com o Real ostentando os maiores ganhos. O relatório de emprego nos Estados Unidos (payroll) mostrou criação de 372 mil vagas em junho, bem acima do esperado (275 mil vagas).

Com a pujança do mercado de trabalho, tornou-se quase unânime a aposta de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) vai promover nova alta de 75 pontos-base na taxa básica norte-americana em seu encontro neste mês. Por outro lado, reduziram-se os temores de queda da atividade nos Estados Unidos. Não por acaso, o apetite ao risco começou a se recuperar após o Fed não mencionar em sua ata, divulgada no dia 6 de julho, a palavra recessão. A mensagem foi reiterada por dirigentes do Fed, que acreditam em grandes chances e um "pouso suave" da economia norte-americana. A sensibilidade ao tema é tamanha que o mercado chegou a azedar pontualmente no início da tarde de sexta-feira (08/07), após o presidente do Fed de Nova York, John Willians, dizer que o "forte compromisso" do banco central norte-americano é levar a inflação à meta de 2% e alertar que o crescimento deve desacelerar de modo considerável neste ano. Para a Armor Capital, o Real surpreendeu na semana passada ao ter um desempenho relativo melhor que seus pares, em meio a um ambiente ainda de dólar forte no exterior, com o índice DXY acima dos 106,00 pontos.

A moeda brasileira pode ter se beneficiado de uma recuperação marginal das cotações das commodities, que ainda acumulam queda razoável no período de 30 dias. Além disso, o fato de a Câmara não ter incorporado novos gastos ao texto da PEC dos Benefícios não deixa de ser uma notícia um pouco melhor, em meio a notícias ruins para o risco fiscal. Pode ter havido algum fluxo potencializando a recuperação relativa do Real, mas é algo de curto prazo. A tendência estrutural ainda é de depreciação, seja pelo dólar forte no exterior, seja pelo cenário doméstico de elevação do risco fiscal. A Armor vê a taxa de câmbio voltando ao patamar de R$ 5,30 e, eventualmente, até R$ 5,40. No Brasil, as atenções estiveram voltadas à divulgação do IPCA de junho, que registrou alta de 0,67%. No ano, o IPCA avança 5,49%. Em doze meses, o índice acumula alta de 11,89%. Com as desonerações de tributos sobre combustíveis, como a imposição de um teto para o ICMS, analistas esperam que o IPCA apresente em julho a primeira deflação desde maio de 2020. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.