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11/Jul/2022

BNDES: linha de crédito financiará hidrogênio verde

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai entrar no apoio à produção do hidrogênio verde, uma das opções de “combustível do futuro”, na fronteira tecnológica da transição para a economia de baixo carbono. Uma nova linha de crédito oferecerá empréstimos de até R$ 300 milhões para a construção de fábricas de produção para o mercado doméstico. Além disso, o banco está aberto para financiar grandes usinas para exportação, projetos de bilhões de dólares, com juros tão baixos quanto em mercados desenvolvidos. Levantamento da McKinsey mostra que, até julho do ano passado, havia 359 projetos para a produção de hidrogênio verde em grande escala no mundo, somando US$ 150 bilhões em investimentos. No Brasil, será preciso investir US$ 200 bilhões ao longo dos anos para formar uma cadeia de produção.

A nova linha do BNDES começará com foco em projetos de pequeno porte, com investimento total em torno de R$ 400 milhões. Dois pedidos de financiamento já estão em análise pela área técnica do BNDES e deverão ser aprovados nos próximos 12 meses. O diferencial da nova linha serão os juros extremamente baixos. A linha de financiamento será TLP careca ou menos, dependendo do risco da operação. A Taxa de Longo Prazo (TLP), introduzida em 2017, é a referência nos empréstimos do banco de fomento. Oferecer o empréstimo com a TLP “careca” significa aplicar uma taxa final praticamente igual à de referência. Menos do que isso significa um juro abaixo das taxas de mercado. A linha de crédito para hidrogênio verde será a primeira do BNDES a oferecer juros abaixo das taxas de mercado. Isso será possível porque parte do orçamento virá do Fundo Clima.

O mecanismo, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, foi criado em 2009 com foco em projetos de mitigação das mudanças climáticas. As condições excepcionais se justificam porque o desenvolvimento tecnológico está no início, o que impõe desafios. Do ponto de vista tecnológico, o processo da eletrólise da água, que separa o hidrogênio do oxigênio por meio de uma corrente elétrica, precisa ser melhorado para diminuir o consumo de eletricidade. O armazenamento e o transporte também precisam ser aprimorados. Tudo isso precisa avançar para baixar o custo. Hoje, o hidrogênio cinza (obtido a partir de combustíveis fósseis) custa US$ 2,00 por Kg enquanto o verde está entre US$ 5,00 e US$ 8,00 por Kg. Segundo a McKinsey, o hidrogênio verde brasileiro poderia chegar a US$ 1,50 por Kg em 2030.

Em outra frente, o BNDES foi autorizado a usar seus recursos para o financiamento do comércio exterior para empréstimos para grandes plantas de produção de hidrogênio verde que sejam totalmente voltadas à exportação. O Porto de Suape, em Pernambuco, assinou um memorando de entendimento com a francesa Qair Brasil para a construção de uma planta com investimento total de US$ 3,8 bilhões. A companhia francesa também tem acordo com o Porto de Pecém, no Ceará, com investimento total de US$ 6,95 bilhões. Em maio, a Shell e o Porto do Açu, no litoral norte do Rio de Janeiro, também assinaram um memorando para o desenvolvimento de uma planta. Os empréstimos nestes casos podem ser bilionários. O BNDES não trabalha com um teto de orçamento. O foco é trabalhar para colocar o Brasil competitivo a nível internacional, com uma pauta geradora de empregos, de divisas, de desenvolvimento para o País, associado à questão do clima. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.