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11/Jul/2022

Região Nordeste: estudo sobre corredores logísticos

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), as federações de agricultura dos Estados e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estão discutindo uma proposta de estudo para fazer um diagnóstico dos corredores logísticos da Região Nordeste. O objetivo é melhorar a eficiência do escoamento de grãos para os portos da região. O estudo é uma demanda antiga do setor, diante da necessidade de conclusão das obras de algumas rodovias que passam pela região, como a BR-020, que sai de Brasília (DF) e percorre os estados da Bahia, Piauí e Ceará. A conclusão dessa rodovia é muito importante para a região do semiárido, onde a produção de grãos e a pecuária têm crescido nos últimos anos. É preciso unir esforços do setor para discutir formas de como melhorar a infraestrutura e logística e atender a necessidade da Região Nordeste.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) afirmou que um dos motivos para a execução do estudo é a relevância da produção e exportação de soja, milho e algodão nos Estados que compõem o MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). Na safra 2020/2021, os Estados foram responsáveis por produzir 16 milhões de toneladas de soja e 8 milhões de toneladas de milho. De acordo com dados do Comexstat, no ano passado, o Porto de Itaqui, no Maranhão, exportou 7,8 milhões de toneladas de soja. O Porto de Salvador, na Bahia, embarcou cerca de 3 milhões de toneladas do grão. Os principais objetivos do estudo são dimensionar o mercado de grãos do MATOPIBA; estimar perspectivas de crescimento do agro, com foco em soja, milho e algodão; fazer diagnóstico sobre os atuais gargalos operacionais e logísticos; e sugerir parâmetros para projetos de infraestruturas de armazenagem, portuária e equipamentos ferroviários que atendam o mercado agropecuário da região.

O ponto de partida do estudo é a Bahia, com suas conexões já existentes no MATOPIBA e Sealba (Sergipe, Alagoas e Bahia). A proposta é acompanhar as estruturas que estão sendo criadas na Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL), que atravessa o Estado, ligando a Ferrovia Norte-Sul aos portos de Ilhéus, de Itaqui e Porto Sul, além da continuação dos investimentos nas rodovias BR-020 e BR-242, estabelecendo campos de interesse para o avanço do agro. Outro tema discutido foi o projeto da Ferrogrão, ferrovia que vai conectar o Mato Grosso a terminais portuários no Pará, reduzindo os custos logísticos de transporte da produção agropecuária nas Regiões Norte e Centro-Oeste do País. Pelo projeto, são 933 quilômetros de extensão, ligando Sinop (MT) a Miritituba (PA). Apesar de fazer a ligação de apenas dois Estados, a Ferrogrão vai trazer benefícios para o Brasil como um todo, como o aumento da competitividade e oferta ferroviária no País.

Hoje, o frete ferroviário se equivale ao rodoviário porque o preço não é balizado. A exemplos de outros países, o frete de ferrovia deveria ter 30% menor do que o de rodovia. A Hidrovias do Brasil ressaltou a importância da construção da ferrovia para aumentar o escoamento de grãos para os portos da Região Norte, reduzindo a concentração na Região Sudeste. As exportações de grãos do Mato Grosso devem dobrar em 2030. Se a Ferrogrão não for concluída, esse escoamento será concentrado para os portos de Santos (SP). Ou seja, a ferrovia é a única alternativa que garante ao Pará a relevância atual no cenário logístico brasileiro. Em 2030, sem a Ferrogrão e com extensão da Malha Norte, seriam exportados pelo Pará 12,8 milhões de toneladas de soja e milho de Mato Grosso.

Com a Ferrogrão, esse valor subiria para 33,9 milhões de toneladas. Atualmente, o projeto da Ferrogrão aguarda julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) em razão da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 6553, movida pelo PSOL, que questiona a alteração dos limites de uma área e pede a suspensão do processo para implantar a ferrovia no Pará. A CNA participa do julgamento da ADI como amicus curiae. O relator da matéria é o ministro Alexandre de Moraes, que concedeu liminar a favor da suspensão do processo. A Conab apresentou o “Portal de Armazéns do Brasil”, que reúne uma base de dados dos armazéns brasileiros. Para se cadastrar, basta entrar no site, fazer a solicitação e aguardar a visita técnica para a coleta das informações. O Sistema de Cadastro Nacional de Unidades Armazenadoras (SICARM) tem 16.906 armazéns, com 177,6 milhões de toneladas de grãos cadastradas. Fonte: CNA. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.