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08/Jul/2022

Dólar cai após cinco sessões consecutivas de alta

Após cinco pregões consecutivos de alta, em que acumulou valorização superior a 4% e chegou a romper o teto de R$ 5,40 no fechamento, o dólar encerrou a sessão desta quinta-feira (07/07) em queda de 1,42%, cotado a R$ 5,34, tendo descido até R$ 5,33 na mínima da sessão. Apesar do tombo, o dólar ainda apresenta alta na semana (0,45%) e sobe mais de 2% no mês. O alívio no mercado doméstico foi atribuído ao apetite por ativos de risco no exterior, com alta das Bolsas em Nova York e recuperação relevante de preços de commodities agrícolas e metálicas. Notícias de novos estímulos à economia na China e uma leitura benigna da ata do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), que não mencionou a palavra recessão, teriam arrefecido, por ora, temores de uma desaceleração mais aguda da atividade global.

No Brasil, as atenções seguem voltadas à tramitação da PEC dos Benefícios (outrora PEC dos Combustíveis e apelidada de PEC Kamikaze) na Câmara dos Deputados. Operadores não descartam a possibilidade de nova rodada de depreciação do Real, mas ressaltam que boa parte do risco fiscal ensejado pela medida parece já ter sido incorporado à formação da taxa de câmbio. O texto-base do relator da PEC, deputado Danilo Forte (União Brasil-CE), foi aprovado em Comissão Especial da Câmara nesta quinta-feira (07/07). A ausência de modificações na Câmara, com eventual inclusão de novos gastos, já é uma boa notícia. Segundo a Blue 3, a preocupação com a PEC dos Benefícios não conseguiu abalar os ativos brasileiros nesta quinta-feira (07/07).

A recuperação do apetite ao risco está ligada à recepção do mercado à ata do Fed, divulgada na quarta-feira (06/07). O Fed reforçou o comprometimento com o combate à inflação e admitiu que a alta de juros tem impactos na atividade, mas não usou a palavra recessão. Até disse que, após a queda no primeiro trimestre, o PIB mostra recuperação no segundo trimestre. Declarações de dirigentes do Fed reforçaram a leitura da ata de que a economia dos Estados Unidos vai resistir ao processo de aperto da política monetária. O presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, afirmou nesta quinta-feira (07/07) que seu cenário base é de que haja um "pouso suave" da economia norte-americana.

O dirigente afirmou que uma nova alta da taxa básica (hoje na faixa entre 1,50% e 1,75%) em 75 pontos-base neste mês faz sentido e que almeja juros de 3,5% neste ano, mas ponderou que é possível haver corte da taxa após a inflação moderar. Na mesma linha, Christopher Waller, membro do comitê de política monetária do Fed, afirmou que há "boas chances de um pouso suave" da economia, dado que o mercado de trabalho está sólido. Nesta sexta-feira (08/07), sai o relatório de emprego (payroll) nos Estados Unidos em junho, com expectativa de criação de 275 mil vagas. Waller afirmou que considera que os temores de recessão são exagerados e que apoiará a alta de 75 pontos na taxa básica neste mês, mas que provavelmente defenderá moderação do rimo em setembro, com elevação de 50 pontos.

No exterior, o índice DXY (que mede o desempenho do dólar frente a seis divisas fortes) terminou perto da estabilidade, acima dos 107 pontos. Enquanto a libra experimentou forte recuperação, na esteira da renúncia do primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, o euro voltou a apanhar com a divulgação da ata do Banco Central Europeu (BCE). Embora tenha revelado planos de subir os juros neste mês, o BCE ressaltou que um aumento inicial agressivo poderia desencadear reação excessiva dos mercados. Com raras exceções, como o peso colombiano e a lira turca, o dólar caiu em bloco frente a divisas emergentes e de países exportadores de commodities. O minério de ferro subiu em Qingdao, na China, e os preços de cobre avançaram mais de 4%. Os contratos futuros de petróleo também se recuperaram, impulsionados pelo apetite ao risco e por dados de alta dos estoques nos Estados Unidos, na contramão das previsões.

O contrato do Brent para setembro, referência para a Petrobras, avançou 3,93%, a US$ 104,65 por barril. Segundo o Banco Ourinvest, houve uma melhora bem significativa das moedas emergentes nesta quinta-feira (07/07), principalmente do Real. Parece mais um movimento alívio depois da alta forte do dólar nos últimos dias. Existe também uma recuperação dos preços de commodities metálicas e agrícolas que favorece emergentes. O anúncio de estímulos na China e a postura do Fed são os prováveis indutores da busca pelo risco. Ainda tem muita incerteza com a questão fiscal brasileira. Esse alívio parece momentâneo. E, apesar da queda do dólar, a taxa de câmbio ainda está em patamar bastante elevado. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.