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07/Jul/2022

Grãos e efeitos do La Niña sobre o mercado global

Relatório da HedgePoint Global Market avalia os impactos do La Niña nas culturas da soja, milho e trigo. O atual padrão é classificado como ‘Ativo’, o que significa que o clima global está sob influência do La Niña. O fenômeno deve se enfraquecer entre julho-agosto, com impacto nas lavouras de grãos ao redor do mundo. A primeira leitura do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) para a safra 2022/2023 já penalizou a produtividade de milho dos Estados Unidos pelos atrasos no plantio, projetando-2,2% abaixo da tendência. Por outro, os rendimentos de soja foram projetados em 1,2% acima da tendência neste mesmo relatório. O período junho-agosto é marcado pela estação de cultivo nos países do Hemisfério Norte (Estados Unidos e Ucrânia). Nos anos em que ocorre o La Niña, geralmente o clima é seco e quente no Centro Oeste dos Estados Unidos. Embora haja um ganho de produtividade na soja este ano, os rendimentos costumam cair 1,7% (milho) e 1,3% (soja) no histórico do fenômeno.

Na Ucrânia, o La Niña tem uma correlação relativamente alta com precipitação acima da média em algumas regiões do Leste Europeu. Em anos análogos, os rendimentos tiveram alta, em média, de 7,5%. Mas, o clima não é a preocupação dos produtores ucranianos nesta safra. A invasão russa impõe questões operacionais, como escassez de mão de obra, insumos e capacidade de armazenamento. Dessa forma, espera-se que a produção de milho do país se reduza de 40% a 50%. Atualmente, espera-se que os rendimentos caiam 22% abaixo da tendência. Ainda assim, um clima favorável é benéfico. O mercado de trigo tem muitas preocupações quanto à produção de inverno no Mar Negro, mas o La Niña provavelmente não será uma delas, dado que a colheita já está em andamento no período analisado (junho-agosto/2022).

Nas Américas, a Argentina provavelmente terá o inverno mais frio já registrado no começo do ciclo de crescimento após o plantio em julho, enquanto os níveis de chuva tendem a se manter estáveis. Se o padrão verificado nos últimos anos com ocorrências se repetir, não se deve esperar que o La Niña tenha um grande papel cortando produtividades nas lavouras argentinas. Outros fatores, como a falta de fertilizantes e competição de área com o sorgo, têm mais chance de reverter a tendência de crescimento do trigo no país. Nos Estados Unidos, a situação é parecida com a Rússia: o La Niña deste ano deve chegar tarde demais para comprometer a performance do trigo de inverno. Os impactos maiores tendem a recair sobre a safra de primavera, que corresponde a em torno de 30% da produção total. Qualquer dano maior à safra de primavera adicionaria mais pressão para um mercado que já está estressado, dado que acrescentaria às tensões geradas pelas más condições da safra de inverno. Fonte: Agrolink. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.