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01/Jul/2022

Dólar fecha mês de junho com valorização de 10,1%

Após esboçar uma queda pontual, o dólar se firmou em terreno positivo na última hora de negócios e encerrou o pregão desta quinta-feira (30/06), o último de junho, em alta de 0,80%, cotado a R$ 5,23. Apesar de ter terminado a semana em leve baixa, de 0,34%, a divisa encerrou o mês com valorização de 10,15%, o maior avanço mensal desde março de 2020 (16,03%). Embora tenha permanecido com sinal positivo na maior parte da sessão, o dólar oscilou quase R$ 0,10 entre a máxima (R$ 5,27) e a mínima (R$ 5,18), o que sinaliza o mercado ainda em busca de um novo parâmetro para a taxa de câmbio. No exterior, o dia foi marcado por aversão ao risco, em meio a temores de recessão global na esteira do aperto monetário em países desenvolvidos para combate à inflação. Investidores abandonaram bolsas e commodities e correram para se abrigar nos Treasuries, cujas taxas recuaram. A T-note de 10 anos, principal ativo do mundo, chegou a furar o piso de 3%.

O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a seis divisas fortes, trabalhou em queda firme, ao redor dos 104,700 pontos, com perdas maiores ante o euro e o iene. A moeda norte-americana subiu na comparação as divisas emergentes e de exportadores de commodities, com ganhos maiores frente ao Real. A aguardada leitura do índice de preços de gastos com consumo (PCE) em maio, medida de inflação preferida pelo Federa Reserve (Fed, o banco central norte-americano) não abalou a perspectiva de nova alta da taxa básica dos Estados Unidos em 75 pontos-base. O núcleo, que exclui itens mais voláteis como alimentos e energia, avançou 0,3%, abaixo das expectativas. Na comparação anual, o núcleo desacelerou de 4,9% em abril para 4,7% em maio. As dúvidas são o tamanho da desaceleração da economia americana e, por tabela, global em meio ao processo desinflacionário. Para o Banco Fibra, o PCE não trouxe grandes novidades, uma vez que um arrefecimento marginal da inflação na ponta já era esperado.

Mas, chama a atenção para a leitura do mercado de que o aperto monetário conduzido pelo Fed neste ano deve conter a inflação e permitir até um corte de juros nos Estados Unidos em 2023. A estimativa de juro terminal em 2023 caiu cerca de 30 pontos-base em poucos dias. O mercado talvez esteja adiantando muito essa desaceleração da inflação nos Estados Unidos. As taxas dos Treasuries caíram muito. A queda do dólar frente a pares fortes nesta quinta-feira (30/06) é reflexo da perspectiva de perda de fôlego da economia norte-americana. O recuo do Real em junho é atribuído à onda de fortalecimento global da moeda norte-americana no exterior ao longo do mês e à perda de fôlego dos preços das commodities. Banco Centrais de outros países emergentes começaram a apertar suas políticas monetárias, aumentando a competição por recursos de investidores estrangeiros. Além disso, a relação risco e retorno mudou porque a volatilidade da taxa de câmbio no Brasil aumentou muito. Outras moedas da região, como o peso chileno, tiveram desempenho melhor no segundo trimestre.

Há também o peso da questão eleitoral, dado o risco de escalada populista levando em conta o perfil dos dois principais candidatos, o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Lula. Esse é um risco que está presente para o mercado. No Brasil, houve a disputa técnica pela última Ptax de junho e a rolagem do vencimento dos contratos futuros de dólar, o que adicionou volatilidade aos negócios. Investidores recompuseram posições defensivas em meio à expectativa para aprovação da PEC dos Combustíveis no Senado. A oposição faz uma ofensiva para tirar do texto o decreto de “estado de urgência”, que supostamente blindaria o presidente Jair Bolsonaro de sanção pela Lei Eleitoral por aumento de programas sociais. Segundo a Blue 3, inicialmente, o mercado recebeu bem o texto da PEC dos Combustíveis. Mas, o clima ainda é de muita insegurança. Existe essa contestação ao “estado de emergência”, porque abriria a porta para o governo gastar ainda mais em ano eleitoral. Isso bate no risco-país e no câmbio. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.