01/Jul/2022

A Indigo, startup norte-americana que atua em segmentos do agronegócio que vão de tratamento de sementes e biológicos ao financiamento do produtor rural, acabou de estrear o seu programa próprio de créditos de carbono agrícola, chamado de "Carbon by Indigo". A agtech informa que realizou recentemente a primeira emissão global em escala de crédito de carbono proveniente do agronegócio no mercado voluntário. Trata-se da "primeira safra" de emissão pela startup de créditos de carbono certificados, no total de 20 mil créditos. A companhia acordou compromisso de compra a US$ 40,00 por crédito, equivalente a cerca de R$ 207,00 por crédito, aumento de 100% em relação ao anunciado no lançamento do programa em 2017. A primeira emissão em escala foi feita por um grupo de 175 agricultores dos Estados Unidos.

O crédito desses produtores vem do cultivo com plantio direto, entre outras técnicas de enriquecimento do solo, em mais de 40,5 mil hectares nas safras 2018 a 2020. A emissão formal dos créditos será feita pela Climate Action Reserve (CAR) nos próximos dias. De acordo com a empresa, o programa é pioneiro na emissão de crédito de carbono por produtores rurais e vai fornecer uma nova forma de receita sustentável aos agricultores. A companhia irá repassar aos agricultores 75% do valor total do crédito. A Indigo afirmou que conta com quase 20 marcas para a compra de créditos de carbono e quase 2 mil agricultores, com mais de 2 milhões de hectares, inscritos no seu programa de carbono. A segunda emissão de crédito a ser feita pela Indigo está prevista para o início de 2023 e será calculada com base no balanço de carbono dos agricultores até 2021. Deverá resultar em uma safra de crédito de pelo menos o dobro do tamanho da emissão anunciada.

A startup lembra que a agricultura é responsável pela produção de menos de 1% dos créditos voluntários de carbono. Este anúncio é um marco histórico. Pela primeira vez, foi possível medir e verificar, em uma escala comercial sem precedentes, os esforços de produtores rurais para a remoção e redução de carbono. A América Latina é um dos mercados-alvo da Indigo para expansão do programa, mas ainda não há data definida para início das emissões de créditos de carbono pela startup no Brasil e na Argentina. A operação na região tende a exigir adaptações no programa, hoje restrito aos Estados Unidos, em virtude de diferenças de protocolos e de legislações. Atualmente, na região, a Indigo atua por meio de duas soluções: linha de produtos biológicos de alta performance e crédito agrícola via barter. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.