29/Jun/2022

Além do aumento do alcance do vale-gás de bimestral para mensal, a ala política do governo quer aumentar ainda mais os recursos do Auxílio Brasil às vésperas das eleições. Os governistas querem aproveitar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos combustíveis para zerar a fila, um problema que não foi solucionado com a criação do Auxílio Brasil, que substituiu o extinto Bolsa Família. Para isso, será preciso orçamento além do custo de subir o piso do benefício de R$ 400,00 para R$ 600,00. Os recursos ficam fora do teto de gastos, a regra que limita o crescimento das despesas à variação da inflação.

O tamanho da fila no momento não é divulgado pelo Ministério da Cidadania. Mas, estaria hoje entre 1 milhão e 1,5 milhão com o aumento acelerado dos cadastros das famílias. Um fenômeno identificado é a "divisão" das famílias na hora do cadastramento. Dados da Confederação Nacional dos Municípios apontavam que a fila estava em 2,8 milhões de famílias em abril. O presidente Jair Bolsonaro acenou, nesta terça-feira (28/06), com a concessão de duas cotas de R$ 600,00 para mulheres em condições especiais. A promessa, porém, não chegou ao Ministério da Cidadania para análise dos técnicos da Pasta. Eles foram surpreendidos pela fala do presidente.

Em 2020 e 2021, mulheres mães solos receberam duas cotas do auxílio emergencial. O Auxílio Brasil turbinado e o vale-gás vão receber orçamento superior aos R$ 23,1 bilhões estimados inicialmente nas discussões da PEC. Ao longo da segunda-feira (27/06), o orçamento adicional estava próximo de R$ 30 bilhões para os dois benefícios. Incorporando uma fila de 1,5 milhão de famílias e duas cotas para mulheres, o gasto poderia saltar para R$ 40 bilhões de agosto a dezembro, segundo cálculos feitos por especialistas por aproximação e com base nos dados existentes. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.