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28/Jun/2022

Economia global está sob risco de inflação elevada

Segundo o Banco de Compensações Internacionais (BIS), a economia global está diante do risco de entrar em uma nova era de inflação elevada. Os perigos da estagflação, fenômeno que atinge países com baixo crescimento econômico e preços descontrolados por um extenso período, são grandes e as consequências de eventos tumultuosos como a pandemia e a guerra podem gerar danos de longo alcance. Não há trégua para a economia global. Enquanto os tremores posteriores da pandemia ainda reverberam, dois novos choques atingem o mundo: o inesperado ressurgimento da inflação e a trágica guerra na Ucrânia. O choque causado pela guerra na Ucrânia nas economias é inerentemente estagflacionário e veio na esteira da rápida recuperação da pandemia que confirmou a natureza única da recessão desencadeada pela Covid-19. Além disso, acontecimentos na China podem ser fontes futuras de pressões estagflacionárias globais.

Responsável por uma parte relevante do crescimento mundial, de cerca de um quarto, o país tem sentido efeitos econômicos devido à política de zero Covid. Bloqueios locais e outras medidas para aplicar a rígida política de Covid das autoridades podem interromper ainda mais as redes de produção, tanto na China quanto com parceiros comerciais. A luta contra o vírus está longe de terminar. É a primeira vez na era pós-Segunda Guerra Mundial que a economia global enfrenta a ameaça de uma inflação mais alta em um cenário de vulnerabilidades financeiras elevadas. As consequências para a atividade econômica dependerão de quão altas as taxas de juros serão e a maneira como os preços dos ativos e os títulos de dívida respondem. Neste cenário, os preços dos ativos poderiam sofrer uma pressão adicional. O BIS considera, porém, improvável que o cenário de estagflação visto na década de 1970 se repita diante da melhoria da política monetária e das estruturas macroprudenciais.

Alerta, porém, que o atual ambiente de vulnerabilidades financeiras, com dívida alta e preços de ativos supervalorizados, pode amplificar a desaceleração nas economias. Nas últimas semanas, bancos centrais ao redor do globo, inclusive a Suíça, que não subia as taxas de sua economia desde 2007, anunciaram aumentos de juros para combater o repique da inflação, o que levantou os temores de uma recessão nas principais economias do mundo. As ações das autoridades monetárias estão de acordo com o que é necessário. Muitos deles, se não todos, têm dado forward guidance. Eles estarão atentos à dinâmica da inflação e como ela está progredindo. Dentre os alertas que faz em seu relatório econômico anual, o BIS chama atenção para a prioridade dos bancos centrais que, na sua visão, tem de ser exatamente o controle da inflação, mantendo-a baixa e estável, um desafio que atormenta as principais economias do mundo.

Ao mesmo tempo, as autoridades monetárias não podem tirar o olho da atividade econômica, atuando para minimizar eventuais impactos e garantir a estabilidade financeira. O caminho à frente é "estreito". A engenharia de uma ‘aterrissagem suave’ tem sido historicamente difícil, e as condições de partida hoje o tornam desafiador. A entidade cita dois cenários possíveis, um com resultado benigno e outro mais desastroso. No primeiro, as pressões inflacionárias diminuem espontaneamente devido ao fim dos gargalos gerados pela pandemia e à reversão dos aumentos de preços das commodities incentivados pela guerra. O pior cenário seria pressões inflacionárias persistentes que levariam a um aperto monetário mais forte. Isso pode desencadear uma desaceleração maior, incluindo uma recessão, juntamente com o estresse financeiro, um pouso forçado estagflacionário. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.