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27/Jun/2022

Segurança alimentar e desafios para agronegócio

Segundo o Insper Agro Global, a solução para a segurança alimentar do mundo passa pelas aberturas de mercado. O Brasil tem soja e algodão com mercados abertos e precisa pensar como atingir mercados mais fechados, caso dos bovinos, dos suínos, de aves, leite e açúcar, commodities com mais restrição. É preciso planejar como avançar no momento em que o mundo precisa de mercados abertos e não fechados. Este cenário de segurança alimentar como prioridade dos países traz oportunidades e riscos ao Brasil. Traz oportunidade na medida que o País pode ampliar a presença especialmente na Ásia e na África. A segurança alimentar é um tema que voltou à tona com o desarranjo na oferta e demanda global após a pandemia e guerra entre Rússia e Ucrânia, fenômenos que se somam à crise climática global, que levou à quebra da 2ª safra de milho de 2021 e da safra de verão (1ª safra 2021/2022). Há cinco pilares para basear políticas públicas para inserção do agro nacional no mundo.

Acesso a mercados, diversificação e diferenciação é um destes pilares. Também é preciso pensar na diversificação dos produtos exportados para pescados, trigo, queijos, cachaça e diversificar destino exportador, além de enfrentar barreiras não tarifárias no comércio, sejam sanitárias, técnicas ou ambientais. O Brasil precisa fazer novos e relevantes acordos comerciais. O primeiro pilar é a estruturação de uma visão estratégica para o agronegócio. O País deveria pensar o agro como parte da visão estratégica do governo, além somente de política agrícola, fazendo parte da política externa e ambiental. O agro é responsável por 50% das exportações brasileiras. Outra diretriz é a governança pública privada, com interação do sistema público e privado em temas como refinamento do arcabouço sanitário, no projeto de autocontrole, no debate agroambiental global, nas aberturas de mercado, no uso de tecnologias modernas, na maior presença física no exterior e na inteligência estratégica para definir políticas públicas.

Por exemplo, em momento de insegurança alimentar surge a ideia de taxar exportação para segurar produto no mercado doméstico, como feito pela Argentina, sem medir a consequência. Não pode ser uma medida populista, sem inteligência estratégica. O estímulo à inovação e à competitividade também é apontado como pilar estratégico. Neste tópico, pode-se citar o estímulo ao sistema de integração lavoura-pecuária-floresta, à irrigação, aos bioinsumos e à rastreabilidade, assim como a inclusão competitiva de produtores marginalizados. Por fim, o quinto pilar trata da imagem do Brasil como potência agroambiental. O Brasil é um gigante no agro e no meio ambiente, com 66% da área nativa, mas precisa fazer a lição de casa na implantação do Código Florestal, no combate à ilegalidade, na transparência, na rastreabilidade e em consolidar o mercado de carbono com parâmetros adequados no meio tropical. Há inúmeros desafios para o agro brasileiro no mundo.

É preciso lidar com tempos turbulentos de alta volatilidade e incertezas depois da pandemia, da guerra entre Rússia e Ucrânia, da guerra hegemônica entre Estados Unidos e China e de doenças como a peste suína africana (PSA). O multilateralismo enfraquecido e a ausência de acordos comerciais também são citados. O Brasil particularmente não foi privilegiado por acordos comerciais. Foram 20 anos de imobilismo na política comercial agrícola. Não houve acordos comerciais relevantes nesse período, além da dependência grande de poucas commodities, com exportações concentradas em dez cadeias produtivas. A logística, a percepção internacional da sustentabilidade da agricultura brasileira e a internacionalização das empresas são outros desafios apontados. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.