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23/Jun/2022

Montadoras parando a produção por falta de peças

Na esteira de lockdowns na China que ampliaram as dificuldades de abastecimento na indústria, fábricas das três maiores montadoras do País (Fiat, Volkswagen e General Motors) estão parando novamente por falta de componentes eletrônicos. O problema também atinge, de forma ainda mais disseminada, a indústria de aparelhos eletrônicos, onde o total de fábricas com atrasos ou até mesmo paralisação de parte da produção é o maior desde o início da crise dos semicondutores. Da guerra entre Rússia e Ucrânia, de onde saem insumos essenciais ao processo de produção dos chips, à morosidade na liberação de cargas em alfândegas por conta da operação-padrão de fiscais da Receita Federal, as duas indústrias vêm enfrentando uma sucessão de obstáculos para manter as linhas funcionando sem interrupções. Com o empenho da China em zerar os casos de Covid-19, a situação tornou-se mais desafiadora, já que o congestionamento de navios provocado pelo fechamento de portos no país asiático reduziu a disponibilidade de contêineres e embarcações para o transporte de mercadorias.

A Fiat, marca do grupo Stellantis, não vai fabricar carros nos próximos dez dias em Betim (MG) porque a fábrica não tem peças em volume suficiente para manter a produção. Na primeira parada deste ano, o pessoal das linhas de automóveis entrou em férias nesta quarta-feira (22/06). Nas linhas de motores e transmissões, as férias da Fiat já começaram no dia 20 de junho. Assim como fez no mês passado, a Volkswagen voltará a parar a produção em São Bernardo do Campo (SP), a partir de segunda-feira (27/06) por dez dias. Também está prevista uma parada de três semanas em julho (entre os dias 4 e 23) na fábrica da Volks no Paraná, onde é montado o utilitário esportivo T-Cross. Conforme informações de sindicatos, a GM, que já não produziu o Onix em Gravataí (RS) no dia 21 de junho. Além disso, vai interromper entre os dias 22 e 24 de junho as atividades na linha da fábrica de São José dos Campos (SP) onde são montados o utilitário esportivo TrailBlazer e a picape S10.

As novas paralisações acontecem após a recuperação mostrada pela indústria automotiva nos últimos dois meses, especialmente em maio, quando as montadoras apresentaram a melhor produção do ano. Com o desempenho, e o relaxamento das restrições em Xangai, onde funciona o maior porto do mundo, a direção da Anfavea, entidade que representa a indústria de veículos, avaliou no início do mês que a oferta de componentes eletrônicos, responsável pelo principal gargalo do setor, tem aos poucos se tornado menos crítica. De lá para cá, no entanto, a falta de peças continuou forçando paradas de linhas, o que também reforça a percepção na indústria de que o problema segue longe de terminar. No setor de eletroeletrônicos, tirando uma minoria ainda confiante, quase todos os empresários já jogaram a toalha em relação a uma normalização do abastecimento até o fim do ano.

Sondagem feita pela Abinee, entidade que representa essa indústria, mostra que 57% das fábricas de produtos como celular, notebook e tevês tiveram a produção de alguma forma prejudicada no mês passado pela falta de componentes eletrônicos. Entre as empresas que relataram atrasos ou paralisações parciais da produção, o percentual foi o maior desde que a pesquisa começou a acompanhar, em fevereiro do ano passado, os estragos da escassez global de chips na indústria de aparelhos eletroeletrônicos. Três em cada quatro fábricas que fabricam produtos que dependem dos semicondutores seguem enfrentando dificuldade em encontrar o insumo no mercado. Muitas delas têm buscado fornecedores alternativos, mesmo pagando preços mais altos, e renegociado prazos de entrega com os clientes, entre outras medidas para contornar a situação. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.