22/Jun/2022

Segundo o Núcleo de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), o acesso a recursos extraordinários pelas famílias, como saques do FGTS e pagamento do Auxílio Brasil, ajudou o desempenho da atividade econômica em abril. No entanto, a tendência para o restante do ano é de perda de fôlego, diante da corrosão do poder de compra dos brasileiros pela inflação elevada em um ambiente de taxa de desemprego ainda acentuada. Tais medidas beneficiaram o PIB (Produto Interno Bruto), mas não vão durar. O FGTS, o cidadão sacou, gastou e acabou. Essa alta não vai se sustentar, porque a inflação está elevada e a taxa de desemprego está elevada. Os investimentos também não estão crescendo.

O PIB brasileiro teve uma alta de 0,3% em abril ante março, segundo o Monitor do PIB, apurado pelo Ibre/FGV. A expansão sucede dois avanços consecutivos, obtidos em fevereiro (1,4%) e março (1,5%), impulsionados então por um restabelecimento do consumo de serviços, possibilitado pela melhora do cenário de pandemia. É um bom resultado, mas não parece sustentável. Na passagem de março para abril, sob a ótica da demanda, o consumo das famílias teve elevação de 1,5%, enquanto o consumo do governo cresceu 2,2%. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida dos investimentos no PIB) encolheu 1,4%. As exportações recuaram 1,4%, e as importações tiveram elevação de 3,4%. Não está havendo aumento da capacidade produtiva do País. Isso tem a ver com as incertezas quanto ao futuro.

A fonte das turbulências são as declarações e ataques do presidente Jair Bolsonaro ao processo eleitoral. Pelo lado da oferta, o PIB dos serviços caiu 0,8% em abril ante março. A indústria cresceu 2,3%, enquanto a agropecuária avançou 0,9%. Na comparação com abril de 2021, a atividade econômica teve expansão de 3,6% em abril de 2022, com avanços nos serviços (4,1%) e indústria (1,5%), mas queda de 5,2% na agropecuária. O Monitor do PIB antecipa a tendência do principal índice da economia a partir das mesmas fontes de dados e metodologia empregadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo cálculo oficial das Contas Nacionais. Em termos monetários, o PIB alcançou aproximadamente R$ 2,988 trilhões de janeiro a abril de 2022, em valores correntes. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.