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21/Jun/2022

Setor do petróleo defende livre formação de preços

O Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) defende a livre formação dos preços da cadeia petrolífera como o único caminho possível para a consolidação de um mercado mais competitivo no Brasil. Apesar de reconhecer o esforço do governo para a redução tributária, a entidade deixou claro que não apoia o controle de preços na cadeia de abastecimento ou a criação de taxas à exportação de petróleo. Nos últimos dias, tanto governo como autoridades aliadas ao presidente Jair Bolsonaro elevaram o tom contra a Petrobras e a sua política de alinhamento de preços ao mercado internacional, pelo impacto que vem tendo na inflação em ano eleitoral. O presidente Jair Bolsonaro (PL) defendeu uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a empresa e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), ameaçou dobrar a taxação dos lucros da empresa, enquanto o ministro André Mendonça, do STF, pediu explicações sobre a política de preços.

Para o IBP, porém, a manutenção da política da companhia é considerada uma condição fundamental para que o País atraia investimentos na área de refino. Dessa forma, o IBP entende que o único caminho para a manutenção da segurança do abastecimento é o aumento do número de empresas competindo, e a ampliação da infraestrutura de alto volume. O alinhamento de preços também é fundamental para garantir o abastecimento do mercado por diversos agentes, incluindo os importadores. Segundo especialistas, principalmente o abastecimento de diesel ficará restrito a partir do segundo semestre, quando deverá haver uma "tempestade perfeita" com o aumento do consumo do combustível pelas sanções ao fornecimento de gás da Rússia, aliado às férias de verão do hemisfério norte e ao aumento da demanda no Brasil por conta da safra agrícola. Não é exagero dizer que a segurança energética requer um setor de refino forte e plural.

É importante a manutenção do programa de desinvestimentos da Petrobras, que depende do alinhamento de preços, e sugere que o governo aja por meio de políticas públicas, como modernização da frota, treinamento de caminhoneiros e calibragem de pneus que possibilitem a redução do consumo de diesel, assim como uma reforma tributária ampla, que perpasse todo sistema nacional, e programas sociais focados nos setores mais sensíveis: caminhoneiros, motoristas de aplicativos e famílias que recebem o auxílio-gás, se colocando à disposição do governo para contribuir na discussão e implantação destas iniciativas. O IBP ressaltou, ainda, que o mundo inteiro passa por um "desbalanço conjuntural" entre oferta e demanda por energia causado principalmente pela retomada econômica pós Covid-19 e pelo conflito entre Rússia e Ucrânia. O aumento dos preços das commodities ocorre em todo o mercado global, não apenas com os combustíveis, mas também com outros produtos tais como trigo, carne, minérios e fertilizantes. A situação atual é complexa e não tem uma solução rápida. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.