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15/Jun/2022

Dólar encerra em alta pelo 7º pregão consecutivo

Após oscilar, o dólar se firmou em terreno positivo nesta terça-feira (14/06) e emendou o sétimo pregão consecutivo de alta, período em que acumulou valorização de 7,44%, saltando da linha de R$ 4,77 para o patamar de R$ 5,13. A escalada do dólar no Brasil se deu, uma vez mais, em linha com fortalecimento da moeda norte-americana no exterior, em meio à expectativa pela decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) nesta quarta-feira (15/06). A leitura da inflação ao produtor (PPI) nos Estados Unidos em maio em linha com o esperado não impediu o mercado de juros norte-americano de embutir mais de 90% de chances de o Fed anunciar uma alta da taxa básica em 75 pontos-base. No Brasil, cresce a perspectiva de que o Banco Central, que deve anunciar nova elevação da taxa Selic nesta quarta-feira (15/06), tenha que prolongar o aperto monetário dada a piora do cenário externo e o aumento da percepção de risco fiscal. O pacote do governo para conter os preços dos combustíveis anda célere no Congresso.

O Senado aprovou o projeto de lei que fixa teto de 17% para o ICMS sobre energia e combustíveis. O dólar até abriu em queda e sustentou leve baixa nas primeiras horas de negócios com recuo pontual das taxas dos Treasuries e do índice DXY (que mede o desempenho da moeda americana frente a seis pares fortes), na esteira da divulgação da inflação ao produtor (PPI) nos Estados Unidos. O índice cheio subiu 0,8% em maio (em linha com o esperado), enquanto o núcleo (que exclui combustíveis e energia) avançou 0,5%, levemente abaixo da expectativa (0,6%). Mas, a situação mudou assim que as taxas dos Treasuries e o índice DXY mudaram de direção no exterior. Após um período de oscilação e trocas de sinal, o dólar se firmou em alta no mercado doméstico e chegou a registrar máxima de R$ 5,15 (+0,72%). No fim da sessão, a divisa avançava 0,38%, cotada a R$ 5,13. Com isso, a moeda passou a acumular valorização de 2,92% na semana e de 8,03% em junho. No ano, as perdas, que já foram de dois dígitos, agora são de 7,92%. A inflação é uma questão global.

O CPI de maio (índice de inflação ao consumidor) veio muito acima do esperado, o que pressiona o Fed a subir mais os juros e fortalece o dólar. Segundo a SVN, o risco fiscal no Brasil voltou a ganhar força com o pacote de combustíveis. O ambiente não é favorável para a moeda brasileira. Casas como Barclays e JP Morgan passaram a prever alta da taxa básica norte-americana em 75 pontos-base pelo Fed desta quarta-feira (15/06), justamente por conta da leitura do CPI em maio. O Wells Fargo ainda alertou que o CPI ainda não atingiu seu pico. Segundo a instituição, se o Fed optar por um aumento de 50 pontos-base, deverá sinalizar aperto monetário mais agressivo adiante por meio da coletiva de imprensa do presidente Jerome Powell ou por meio de um aumento significativo nas projeções indicadas pelo gráfico de pontos. Para a JF Trust, o Fed terá que elevar a taxa básica, hoje entre 0,75% e 1%, para além de 3% até o fim do ano e mantê-la acima do nível neutro por alguns meses para garantir a convergência da inflação à meta até 2024.

Em resposta, as taxas dos Treasuries curtos podem subir de forma mais rápida que a dos longos, com o mercado antecipando o risco de uma recessão em algum trimestre de 2023. O mercado precifica a necessidade de um choque monetário na decisão do Federal Reserve desta quarta-feira (15/06). Caso seja confirmada uma postura mais agressiva, haverá menos fluxo de capitais para emergentes no curto prazo e, portanto, valorização do dólar ante essas moedas. O fluxo de recursos externos para a bolsa brasileira, que havia ensaiado uma recuperação no fim de maio e início de junho, está minguando. O Banco Ourinvest vê perspectiva de alta da taxa Selic em 0,50% no Brasil nesta quarta-feira (15/06), para 13,25% ao ano, e sinalização de continuidade do ciclo de aperto monetário. Chama a atenção a rodada de alta recente petróleo, que amplia a defasagem dos preços dos combustíveis no mercado interno. Isso aumenta a expectativa de reajuste de preços, o que pode cobrir os efeitos da aprovação do projeto que fixou o teto do ICMS. A combinação de inflação e fiscal pode piorar, o que leva a taxa de câmbio mais para cima. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.