14/Jun/2022

Dados do Serasa mostram um contingente recorde de 65,7 milhões de pessoas com contas vencidas. A dívida média é de R$ 4 mil, perto da máxima histórica, e com tendência de alta. Quem está devendo geralmente carrega o problema há muito tempo: segundo a Boa Vista, 83% dos endividamentos enfrentam atrasos superiores a 90 dias. Segundo a Return, empresa de recuperação de crédito do Santander, além dos problemas com perda de emprego ou gastos inesperados, a falta de organização também ajuda a tornar as dívidas uma bola de neve. É comum o brasileiro pegar dinheiro emprestado de um cartão de crédito para pagar outro. Segundo a Paschoalatto, que cobra dívidas para os principais bancos do País, mesmo quem sai da lista de negativados, costuma voltar pouco tempo depois.

Para quem está preso nesse círculo vicioso, uma das recomendações importantes é mostrar predisposição em negociar e resolver o problema. Isso é importante para evitar que a dívida seja cobrada judicialmente. A situação deve piorar. A Serasa afirma que a trajetória da inadimplência é de alta, por conta da confluência negativa de renda em baixa, juro em alta e inflação galopante. É um momento ruim do ponto de vista financeiro. Não será simples diminuir o número de inadimplentes. De acordo com a Boa Vista, o registro de inadimplentes voltou a crescer em maio, pela quarta vez seguida. Em relação ao mesmo mês em 2021, o indicador de dívidas em atraso subiu 12,7%.

Segunda a entidade, a curva continuar acelerada. Em momentos de dificuldade, o consumidor prefere atrasar contas do dia a dia, como água e luz, do que ficar devendo para o banco, o que geralmente resulta em uma inclusão mais rápida nos serviços de proteção ao crédito. E o brasileiro quer evitar isso, porque ter “nome limpo” para o parcelamento de necessidades de consumo. Para a Associação Brasileira de Planejamento Financeiro (Planejar), o primeiro passo diante do endividamento é buscar ajuda e muitas vezes vale consultar um especialista. Isso porque o endividado deve ter em mente que as ofertas de refinanciamento dos bancos não são, em geral, a melhor opção para o cliente. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.