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14/Jun/2022

Brasil: desempenho abaixo de médias internacionais

O mundo vai mal, com as condições econômicas afetadas pela invasão da Ucrânia e pelos novos casos de Covid-19. O Brasil, sem surpresa, continua em condições piores que as da maior parte dos países emergentes e avançados, como estava antes da pandemia e da guerra iniciada pela Rússia. O Banco Mundial até elevou o crescimento estimado para o Brasil em 2022, mas de 1,4% para 1,5%, pouco mais da metade da taxa prevista para a produção global, agora reduzida de 4,1% para 2,9%. Bem mais fraco é o desempenho calculado para a economia brasileira pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE): expansão de apenas 0,6% para o Produto Interno Bruto (PIB), um quinto do esperado para o produto mundial, 3%, contra 4,5% projetados em dezembro. Mais inflação, piores condições de financiamento, menor crescimento e maiores provações para as populações mais pobres compõem o cenário apresentado pelas duas instituições.

Segundo o Banco Mundial, em muitos países será difícil evitar a recessão. O mais urgente, agora, é evitar uma crise de alimentação ocasionada pela alta de preços. Inflação, desemprego elevado e perda de renda do trabalho estão entre os grandes obstáculos ao crescimento brasileiro neste ano. A forte retomada inicial da economia, favorecida no ano passado pela vacinação, perdeu impulso neste ano. O ritmo poderá aumentar para 1,2% em 2023, mas ainda continuará bem abaixo das médias global e do Grupo dos 20 (G-20), ambas estimadas em 2,8%. Os preços ao consumidor continuarão subindo velozmente no Brasil, embora em ritmo inferior ao atual. As projeções da OCDE apontam variação de 9,7% neste ano e de 5,3% no próximo. São números pouco superiores aos do mercado, citados no boletim Focus do Banco Central: 8,9% em 2022 e 4,4% em 2023. Mas, são bem mais altos do que aqueles previstos para quase todos os membros da OCDE.

Nove países aparecem com taxas maiores que as do Brasil, nas estimativas para este ano. A maior alta é a da Turquia (72%), seguida por aquela calculada para a Argentina (60,1%). O nono país em pior posição que a brasileira, nesse conjunto, é a Hungria, com inflação esperada de 10,3%. Também se mencionam as incertezas da fase eleitoral e a piora dos sentimentos. Essas incertezas devem desestimular o investimento neste ano, baixando o ritmo de atividade e retardando o aumento da capacidade produtiva. Desajustes nas cadeias produtivas e aumentos de preços de matérias-primas estão entre os efeitos atribuídos à guerra na Ucrânia. O quadro inclui também a irregularidade das chuvas e suas consequências na agricultura e na geração de eletricidade. Problemas podem variar, como o surgimento, por exemplo, da guerra na Ucrânia ou de uma pandemia, mas chama a atenção a constância, há cerca de dez anos, do desempenho brasileiro abaixo das médias internacionais. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.