09/Jun/2022

Segundo a Associação Ucraniana de Grãos, a capacidade de armazenamento de grãos da Ucrânia deve ficar entre 20 milhões e 25 milhões de toneladas menor no próximo ano, em virtude do excedente que permanecerá retido nos estoques em 2022. As exportações estão atualmente limitadas entre 1,5 milhão e 2 milhões de toneladas por via fluvial e terrestre e não há perspectiva próxima de ampliação. A Ucrânia provavelmente produzirá 65 milhões de toneladas de grãos e oleaginosas em 2022/2023, mas, com uma capacidade de armazenamento de 50 milhões de toneladas e cerca de 20 milhões a 30 milhões de toneladas já armazenadas, é provável que haja um excedente impossível de ser armazenado. Não se sabe o que será exportado. Os agricultores vão exportar o produto mais caro. Eles vão exportar colza e semente de girassol.

Diante desse cenário, o governo dos Estados Unidos busca alternativas para lidar com a iminente crise alimentar. No centro do debate está uma proposta para oferecer isenção de sanções por seis meses à indústria de fertilizantes à base de potássio de Belarus, na esperança de que isso possa obrigar o presidente Alexander Lukashenko a permitir que o país estruture um corredor ferroviário para o escoamento dos grãos da Ucrânia. Autoridades do Departamento de Estado norte-americano, porém, não querem suspender sanções e dizem que a ideia não tem potencial real de funcionar, porque Lukashenko tem laços estreitos com o presidente russo, Vladimir Putin, e provavelmente não concordará com o acordo. Embora complicada, a ideia está entre as únicas alternativas viáveis.

Na segunda-feira (06/06), a Turquia e a Rússia discutiram um acordo provisório para reiniciar os embarques de produtos agrícolas da Ucrânia a partir de um porto do Mar Negro, uma medida que causou ceticismo do governo ucraniano, bem como no governo norte-americano, já que a Ucrânia não é parte do acordo. Na terça-feira (07/06), o Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia pediu garantias de segurança para restaurar o transporte marítimo dos portos do país. Em um esforço paralelo, autoridades da Organização das Nações Unidas (ONU) estão incentivando a Rússia a exportar mais de seus próprios grãos e fertilizantes através dos portos do Mar Negro. Alguns corretores e armadores alegam que a Rússia quer institucionalizar o comércio ilegal, oferecendo preços abaixo do mercado para clientes estáveis e tentando criar uma nova base de clientes com condições atraentes. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.