ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

08/Jun/2022

Banco Mundial revisa projeções para o PIB global

Segundo o relatório "Prospectos Econômicos Globais" divulgado nesta terça-feira (07/06) pelo Banco Mundial, em meio à guerra na Ucrânia e à persistência da pandemia, a economia mundial enfrenta crescente riscos de estagflação, fenômeno definido como período prolongado de crescimento econômico lento combinado com inflação em alta. Foi cortada a previsão para expansão do Produto Interno Bruto (PIB) global em 2022 a 2,9%, de 4,1% projetado em janeiro. Também foi reduzida a estimativa para avanço da atividade no mundo em 2023, de 3,2% a 3%. Para 2024, a expectativa é de alta de 3%. A guerra na Ucrânia, lockdowns na China, interrupções na cadeia de suprimentos e o risco de estagflação estão prejudicando o crescimento. Para muitos países, a recessão será difícil de evitar. A análise compara o contexto atual com o quadro observado na década de 1970, com desequilíbrios de oferta, perspectivas de aperto monetário e perspectivas negativas para a atividade econômica.

Por outro lado, a entidade considera que o avanço dos preços de commodities é mais contido que naquela época, instituições financeiras estão mais sólidas e os bancos centrais têm mandato mais claro pela estabilidade de preços. A inflação deve moderar no ano que vem, mas ainda acima das metas dos bancos centrais. O cenário inflacionário pode causar uma acentuada desaceleração da economia global e, como consequência, deflagrar crises financeiras em mercados emergentes. A entidade defende a importância de medidas globais e nacionais para mitigar as consequências econômicas do conflito entre Rússia e Ucrânia. Serão necessárias ações para limitar o impacto nos grupos mais vulneráveis, atenuar os efeitos da escalada de preços de petróleo e alimentos, aumentar alívio de dívidas e expandir a vacinação global contra o coronavírus. Os governos também devem evitar políticas que causam distorções, como controles de preços, subsídios e restrições a exportações.

Contra o cenário desafiador de maior inflação, crescimento mais fraco, condições financeiras mais apertadas e espaço limitado para a política fiscal, os governos precisarão priorizar os gastos para o alívio direcionado para as populações vulneráveis. A previsão para crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2022 foi revisada para 1,5%. Na edição de janeiro, a projeção era de 1,4% este ano. Por outro lado, foi cortada a estimativa para a expansão econômica do Brasil em 2023, de 2,7% a 0,8%. Para 2024, a expectativa é por um avanço de 2%. Após um começo de ano sólido, o País deve registrar enfraquecimento das condições, à medida que a inflação elevada pressiona a renda das famílias. A estagnação de investimentos de empresas e incertezas políticas também são citadas como responsáveis pelo cenário. Programas extraordinários para permitir o saque de fundos de seguro contra desemprego trarão alívio às famílias, mas podem impulsionar a inflação.

Em 2023, o impulso fraco e os efeitos em curso da política monetária apertada nos investimentos e na atividade devem limitar o crescimento. A invasão da Ucrânia pela Rússia pesa sobre a atividade em grande parte dos países emergentes. A previsão para crescimento dessas economias em 2022 foi reduzida de 4,6% a 3,4%, e em 2023, de 4,4% a 4,2%. Projeta ainda que o avanço em 2024 será de 4,4%. Para a China, a projeção para crescimento este ano caiu 0,8%, para 4,3%, e em de 2023, de 5,3% a 5,2%, com leve desaceleração esperada para 2024, a 5,1%. O país asiático enfrenta desaceleração induzida por surtos de Covid-19, que levam à imposição de restrições em várias cidades. As medidas de política fiscal e monetário do governo devem promover apoio maior que o esperado anteriormente. Repetidos surtos de Covid-19 e rigorosos lockdowns nas principais cidades reduziriam a recuperação da atividade de consumo e serviços, prejudicaria as cadeias de suprimento e pesaria sobre a confiança de investidores. O mercado imobiliário residencial chinês segue em "estresse financeiro".

Foi revisada para baixo a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de países desenvolvidas em 2022, de 3,8% a 2,6%. A previsão para 2023 também sofreu corte, de 2,3% a 2,2. Em 2024, a alta do PIB de grandes economias deve desacelerar mais e crescer 1,9%. Caso se confirme, o crescimento do PIB de desenvolvidos marcaria uma forte desaceleração ante a alta de 5,1% em 2021. O relatório cita impactos da alta dos preços de energia e problemas nas cadeias de suprimentos, agravados pela guerra na Ucrânia, como as duas principais causas para a perspectiva mais fraca. Além disso, a acomodação monetária global deve ser retirada em um ritmo bem mais acelerado do que o previsto antes, especialmente nos Estados Unidos. Para a economia norte-americana, a previsão é de que o PIB cresça 2,5% em 2022 e 2,4% em 2023, abaixo das projeções anteriores de 3,7% e 2,6%, respectivamente.

A atividade na principal economia do mundo sofreu desaceleração na primeira metade de 2022 por conta de uma onda rápida de casos de Covid-19, condições financeiras mais apertadas e os efeitos da guerra na Ucrânia. Embora os efeitos diretos da invasão tenham sido contidos até agora, devido a limitadas ligações comerciais e financeiras com a Rússia, o episódio provoca aumento das pressões inflacionárias, que já estão mais pronunciadas nos Estados Unidos do que em outros economias avançadas. Na zona do euro, por outro lado, o impacto da guerra é mais proeminente. O bloco europeu está mais vulnerável a choques de oferta provocados pelo conflito, especialmente no setor energético. Em 2022, o PIB da zona do euro deve crescer 2,5%, ante 4,2% na projeção passada. O Banco Mundial ainda prevê alta de 1,9% tanto para 2023 quanto para 2024. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.